Tremor de magnitude 6,0 atinge o Afeganistão e causa devastação com mais de 800 mortos

    Moradores relataram momentos de pânico após o abalo sísmico que destruiu casas, causou mortes em massa e deixou feridos à espera de socorro sob escombros.

    Número de mortos em terremoto no Afeganistão pode aumentar enquanto socorristas trabalham sob escombros com recursos limitados
    Número de mortos em terremoto no Afeganistão pode aumentar enquanto socorristas trabalham sob escombros com recursos limitados. Foto: Reprodução/ Reuters

    Na madrugada desta segunda-feira (1), um terremoto de magnitude 6,0 atingiu o leste do Afeganistão, deixando pelo menos 800 mortos e 2.500 feridos. O abalo sísmico foi registrado pouco antes da meia-noite, horário local, com epicentro localizado próximo à cidade de Jalalabad, na província de Nangarhar, segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

    Moradores relataram que o tremor durou cerca de 30 segundos, tempo suficiente para causar o desabamento de construções frágeis e deixar comunidades inteiras soterradas. De acordo com as autoridades locais, o número de vítimas ainda pode aumentar nas próximas horas, à medida que os escombros forem sendo removidos.

    Resgate sob escombros e ajuda limitada

    A infraestrutura precária da região, agravada por anos de conflito e falta de investimentos, tornou o trabalho das equipes de resgate ainda mais difícil. Com estradas bloqueadas, pontes danificadas e queda de energia elétrica, muitos vilarejos permanecem isolados. Segundo relatos de testemunhas, dezenas de pessoas foram vistas cavando com as próprias mãos para tentar encontrar sobreviventes.

    Um representante da Defesa Civil afegã afirmou que o acesso aéreo está sendo considerado como alternativa para alcançar as áreas mais remotas. No entanto, a instabilidade política e a presença de grupos armados tornam a operação ainda mais complexa.

    Organizações como o Crescente Vermelho e agências da ONU começaram a mobilizar apoio emergencial, embora os recursos ainda sejam escassos. As necessidades básicas incluem abrigo, água potável, alimentos e medicamentos, especialmente para mulheres, crianças e idosos.

    “Estamos diante de uma tragédia de grandes proporções. As equipes fazem o possível com os poucos recursos disponíveis”, afirmou um oficial humanitário que atua na região.

    Risco de réplicas e fragilidade diante de desastres

    A região atingida é conhecida por estar situada sobre a falha geológica hindu-kush, uma das mais ativas do planeta. Especialistas alertam para a possibilidade de novos tremores secundários nos próximos dias, o que aumenta a insegurança da população local. Muitos optaram por passar a noite ao relento, com medo de novos desabamentos.

    A tragédia expõe a vulnerabilidade do Afeganistão diante de eventos naturais, com casas frágeis desmoronando e serviços de emergência enfrentando dificuldades
    A tragédia expõe a vulnerabilidade do Afeganistão diante de eventos naturais, com casas frágeis desmoronando e serviços de emergência enfrentando dificuldades. Foto: Reprodução/Aimal Zahir/AFP

    Embora o Afeganistão enfrente desastres naturais com frequência, incluindo inundações e deslizamentos, os terremotos são particularmente destrutivos devido ao tipo de solo e à baixa resistência das construções. Boa parte das casas na zona rural é feita de barro, sem qualquer reforço estrutural.

    Nos últimos anos, o país tem registrado abalos de magnitude semelhante, mas poucos causaram um número tão elevado de vítimas quanto o ocorrido neste início de setembro. Especialistas defendem que a tragédia evidencia a urgência de políticas de prevenção, preparação da população e investimento em estruturas resilientes.

    Referências da notícia

    At least 800 people killed, 2,500 injured in Afghanistan earthquake. 1º de setembro, 2025. Virginia Pietromarchi, Stephen Quillen, Caolán Magee e Umut Uras.