Tempestades severas causam alagamentos no estado de São Paulo

A passagem de alguns sistemas meteorológicos sobre o Sudeste trouxe tempestades severas e acumulados altos de chuva para São Paulo nos últimos dias. Foram registrados ventos fortes, queda de granizo e descargas elétricas em todo o Estado.

Estações meteorológicas registraram volumes que variam entre 45 mm e chegam a até 109 mm somente nesta segunda (16), terça (17) e quarta-feira (18) juntas. O volume representa, em três dias, quase o total de chuva esperado para o mês inteiro de Novembro.

A chuva intensa causou alagamentos, não apenas na capital, mas também em diversas outras cidades como Catanduva, Capivari e Piracicaba. Foram registradas quedas de árvores, bloqueios de rodovias e quedas de torres de energia que deixaram diversos municípios sem eletricidade.

A chuva também causou o transbordamento de diversos rios, arrastando veículos e deixando pessoas ilhadas em seus carros. Até o momento de publicação desta matéria, no entanto, não havia relatos de feridos ou mortos.

A chuva intensa estava prevista e foi causada pela passagem de cavados (regiões de baixa pressão) sobre a região Sudeste, além do avanço de uma frente fria pela região costeira. Junto à umidade escoada da Amazônia, estes sistemas trouxeram condições propícias à formação de tempestades severas em São Paulo.

O Sistema já causava chuvas intensas sobre a região Sul nos últimos dias e também trouxe tempo severo para outros estados, especialmente Paraná, Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais nos últimos dias.

Ao longo desta quinta-feira (19), chuvas leves ainda serão observadas ao longo de São Paulo, mas o tempo volta a ficar seco gradualmente. A chuva se deslocará em direção ao norte, se concentrando sobre Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde altos acumulados de chuva podem ser registrados localmente.

O tempo seco deve persistir pelo menos por uma semana em São Paulo, mas a entrada de uma nova frente fria pode voltar a causar tempestades severas no Estado ainda nos últimos dias de Novembro.

Os sistemas meteorológicos devem evoluir com a formação de um ciclone sobre o oceano e reforçar a convergência de umidade entre as regiões Sudeste e Norte, o que pode culminar na formação de um episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) durante o fim de semana.

Você sabe o que é a Zona de Convergência do Atlântico Sul?

A ZCAS é um dos principais sistemas formadores de tempo severo no Sudeste e é definida através de uma faixa com grande nebulosidade, precipitação intensa e alta convergência de umidade e ventos que ocorre em uma faixa orientada de noroeste a sudeste, se estendendo desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul.

Caso o sistema se forme neste fim-de-semana, para ser classificado como ZCAS e ajudar a diferenciá-lo de uma frente, ele ainda deverá permanecer atuando por no mínimo 4 dias sobre o país. A ZCAS influencia fortemente o regime de chuvas sobre as Regiões Sul e Sudeste do Brasil durante os meses de primavera e verão.

O sistema está associada a alguns dos episódios mais severos de alagamentos e deslizamentos de terra. Geralmente, quando se localiza sobre o Sudeste, a ZCAS causa veranicos na região Sul. O oposto também é verdadeiro - quando está ao sul, causa veranicos intensos no Sudeste.