Tempestade Tropical Bret evoluiu de forma incomum e segue em direção as ilha do Caribe!

Nesta segunda-feira a Tempestade Tropical Bret se formou na porção central do Atlântico, em um desenvolvimento incomum para a bacia nesta época do ano! Agora Bret segue em direção ao Mar do caribe, onde atingirá as pequenas ilhas já na quinta-feira.

Tempestade Tropical Bret
Imagem de satélite de terça-feira (20) mostra a Tempestade Tropical Bret já se aproximando do Caribe.

A temporada de furacões do Atlântico Norte de 2023 mal começou e já tem mostrado um comportamento incomum! À medida que o Atlântico Norte esquenta de uma forma surpreendente, alcançando temperaturas extremamente altas e anômalas, ele está se tornando um grande berçário de ciclones tropicais, o que tem assustado especialistas de todo o mundo!

A Tempestade Tropical Bret se formou sobre as águas quentes do Atlântico central nesta segunda-feira, sendo a segunda tempestade nomeada da temporada de furacões de 2023.

Nos últimos dias uma perturbação tropical, associada a um aglomerado de convecção não organizada, partiu da costa da África, sobre a região de Cabo Verde, em direção ao Atlântico. Essas perturbações ou ondas tropicais que pulsam da África costumam ser os principais geradores das depressões tropicais, que podem evoluir para tempestades tropicais e furacões. Porém, geralmente essas perturbações percorrem milhares de quilômetros em direção ao oeste do Atlântico até se desenvolverem próximas ao Mar do Caribe.

Entretanto, a perturbação tropical dessa semana, pouco tempo depois de partir da costa africana, se desenvolveu rapidamente para uma tempestade tropical, recebendo o nome de Tempestade Tropical Bret, a segunda da temporada de furacões de 2023. Isso chamou a atenção dos especialistas que não esperavam um desenvolvimento de uma tempestade de forma tão rápida nessa região do Atlântico. Esse tipo de desenvolvimento é esperado nos meses de agosto e setembro, no auge da temporada.

Logo atrás de Bret, uma outra perturbação tropical também segue rumo ao Caribe. Essa perturbação também tem grande potencial para se desenvolver para uma depressão tropical nos próximos dias, de acordo com o Centro Nacional de Furacões da NOAA.

Bret ameaça as pequenas ilhas do Caribe

A Tempestade Tropical Bret foi nomeada oficialmente nesta segunda-feira (19), enquanto girava no meio do caminho entre a África e as Pequenas Antilhas, quando o sistema apresentou um núcleo de convecção organizado e ventos máximos sustentados de 64 km/h.

De acordo com as previsões, Bret deverá atingir as Pequenas Antilhas entre quinta e sexta-feira, ainda na categoria de tempestade tropical.

Algumas previsões indicavam que Bret continuaria se intensificando à medida que se aproximasse do Caribe, podendo se tornar o primeiro furacão da temporada. Porém, nas últimas atualizações, já foi descartada essa possibilidade. Se Bret evoluísse para um furacão, isso seria uma raridade, já que o primeiro furacão da temporada geralmente não se forma até meados de agosto.

Agora, espera-se que Bret se aproxime das ilhas Pequenas Antilhas na quinta-feira (22) e atravesse as ilhas entre quinta e sexta-feira. Apesar de não ser classificado como furacão, Bret ainda poderá trazer risco de inundações devido às chuvas torrenciais, ventos fortes e ondas perigosas.

Por que essas tempestades estão se desenvolvendo tão cedo?

Como mencionamos, o rápido desenvolvimento dessas perturbações tropicais tem surpreendido os especialistas que estudam e monitoram essas ondas tropicais. Porém, não é preciso ir muito longe para saber um dos motivos para essa atividade acima do normal, a resposta está no próprio Atlântico!

As águas do Atlântico Norte estão muito quentes, principalmente na região conhecida como Região Principal de Desenvolvimento (Main Development Region, em inglês), região considerada o “terreno fértil” dos furacões. Essa região tem registrado temperaturas quentes recordes para o mês de junho, temperaturas que geralmente são observadas apenas em setembro, durante o pico da temporada de furacões.

De acordo com especialistas, a temperatura média na região chegou em 28°C em meados de junho, valor nunca antes observado no mês nos registros históricos que datam de 1940. Esse valor supera o antigo recorde estabelecido em 2005, ano em que tivemos uma das mais intensas e ativas temporada de furacões no Atlântico.

Dessa forma, apesar de termos um El Niño em desenvolvimento, que geralmente desfavorece a atividade e desenvolvimento de furacões no Atlântico, se esse aquecimento exorbitante do Atlântico permanecer, essa temporada de furacões poderá ser mais ativa que o esperado.