Primeira vacina contra Vírus Sincicial Respiratório é registrada no Brasil

A ANVISA aprovou o registro da primeira vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador de bronquiolites. A vacina é indicada para pessoas de 60 anos ou mais.

vacina Vírus Sincicial Respiratório no Brasil
ANVISA aprova a primeira vacina contra Vírus Sincicial Respiratório no Brasil, indicada para pessoas com 60 anos ou mais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou, recentemente, o registro da primeira vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), um dos principais causadores de doenças como a bronquiolite. A Arexvy, produzida pela farmacêutica GlaxoSmith Kline (GSK) é recomendada para adultos de 60 anos ou mais.

A vacina

A vacina Arexvy é aplicada em dose única, no músculo (intramuscular), e utiliza a tecnologia de proteína recombinante. Essa tecnologia se baseia em pequenas moléculas (proteínas) que são muito parecidas com aquelas encontradas na superfície do vírus, e são capazes de estimular as defesas do corpo a produzirem uma resposta específica e robusta contra pedaços dessas proteínas.

Entre os participantes que receberam Arexvy e os participantes que receberam um placebo, a vacina reduziu significativamente o risco de desenvolver doença do trato respiratório inferior (LRTD) associada ao VSR em 82,6% e reduziu o risco de desenvolver LRTD grave associada ao RSV em 94,1% - FDA

Segundo dados de ensaios clínicos com cerca de 25 mil participantes, a vacina apresentou uma eficácia de 83% na prevenção de infecções do trato respiratório inferior por VSR. Segundo a agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA), os estudos foram conduzidos apenas com pessoas de 60 anos ou mais, e por isso a aprovação, nesse momento, é voltada para esse público.

Importância para o Brasil

Segundo reportagem do G1, no Brasil, cerca de 30% dos casos de doenças respiratórias registradas no primeiro trimestre de 2023 foram causadas pelo VSR. Desse montante, 95% atingiram bebês e crianças de 0 a 4 anos.

Ainda, a pandemia pode agravar ainda mais o cenário de doenças causadas por VSR. Em 2021 e 22, a COVID-19 foi associada a um risco significativamente aumentado de infecções por VSR entre crianças de 0-5 anos, segundo dados de uma pesquisa publicada.

Será de suma importância ampliar a indicação dessa vacina para a população infantil, a partir de dados de segurança e eficácia nessas populações.

É preciso considerar que outros fatores também podem contribuir: a própria chegada do inverno, que propicia a circulação de vírus respiratórios, a retomada da curva epidemiológica de casos desses vírus pós-restrições, entre outros.

Em adultos (especialmente idosos, que são um grupo de risco para a doença e seus agravos), além dos riscos da infecção, o VSR pode exacerbar condições como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Ainda pode levar ao infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e declínio das funções respiratórias, por exemplo.

Vacina para gestantes em estudo

Nos Estados Unidos, uma outra vacina contra VSR foi aprovada para gestantes, com a finalidade de proteger gestantes e bebês de doenças e agravos provocados por esse vírus. Segundo dados do estudo, a vacina produzida pela Pfizer apresentou 82% de eficácia contra doenças graves durante três meses após o nascimento e 69% ao longo de 6 meses após o nascimento.