Ações do clima provocaram perdas bilionárias em 2019

A Organização das Nações Unidas publicou um relatório com eventos relacionados as mudanças climáticas que produziram impactos bilionários para a economia mundial. Os maiores prejuízos foram em países ricos como Japão e Estados Unidos da América.

Danos causados pelo furacão Dorian
Destruição causada pelo furacão Dorian em Marsh Harbour, nas Bahamas. Créditos: Brendan Smialowski/AFP.

Em 2019, o planeta atingiu a sobrecarga dos recursos naturais mais cedo ao mesmo tempo em que novos recordes de temperaturas mensais foram alcançados. Isso se somou a grandes queimadas no Brasil, EUA e Austrália que aumentaram a repercussão do assunto. O ano de 2019 foi marcado por polêmicas relacionadas aos impactos ambientais que provocaram longas discussões na política internacional.

Ao menos 15 eventos catastróficos tiveram relação com às mudanças climáticas e causaram, cada um, destruição que custou mais de um US$ 1 bilhão em 2019 de acordo com uma pesquisa realizada pela ONG britânica Christian Aid. Os dados utilizados para compor o relatório da ONU mostram que sete desses desastres causaram danos estimados em mais de US$ 10 bilhões: as inundações no norte da Índia e o tufão Lekima, na China (US$ 10 bilhões cada); o Furacão Dorian, na América do Norte (US$ 11,4 bilhões); as inundações de junho a agosto na China (US$ 12 bilhões); inundações no meio-oeste e sul dos Estados Unidos (US$ 12,5 bilhões); o tufão Hagibis, no Japão, em outubro, (US$ 15 bilhões); e os incêndios florestais na Califórnia, de outubro a novembro (US$ 25 bilhões).

Danos causados pelo tufão Hagibis
Casas danificadas pela força do tufão Hagibis em Ichihara, província de Chiba. Créditos: Imprensa Jiji.

Os países ricos foram os mais afetados pelos desastres naturais, economicamente falando, principalmente EUA e Japão. Levando em conta as vidas humanas perdidas, a ONG enfatiza que "a imensa maioria das mortes foi causada por apenas dois eventos: as inundações no norte da Índia, com 1,9 mil mortes, e o ciclone Idai, em Moçambique, com 1,3 mil mortes. É importante ressaltar que, apesar dos países mais ricos serem mais afetados economicamente durante desastres naturais, são as populações pobres que mais sofrem e tem dificuldades gigantescas para superar os problemas socioeconômicos causados pelos eventos catastróficos.

Na América do Sul, a Argentina e o Uruguai sofreram grandes inundações. As áreas afetadas receberam chuvas cinco vezes maiores que a média, um ano depois de uma seca severa. Variações acentuadas pelas mudanças climáticas e solos secos agravam as consequências, em caso de chuva forte. As inundações geraram um custo de US$ 2,5 bilhões para os países sul-americanos.

De acordo com a resseguradora suíça Swiss Re, a conta bilionária de 2019 causada pelos desastres naturais ainda representa uma melhoria em relação ao ano de 2018 que contabilizou um impacto econômico de US$ 176 bilhões. Porém, essa conta pode e deve voltar a subir em 2020, tendo em vista que os acordos internacionais que visam a diminuição dos impactos ambientais estão estagnados.