Mamão brasileiro na Europa: da produção à exportação e seus desafios
O mamão brasileiro conquistou espaço na Europa, com exportações crescentes para Portugal, Espanha e Reino Unido. Apesar dos desafios logísticos e fitossanitários, o setor aposta em inovação e qualidade para manter o Brasil entre os maiores fornecedores globais.

A fruticultura brasileira tem alcançado mercados cada vez mais distantes, levando o sabor tropical do país para prateleiras internacionais. Um dos grandes destaques é o mamão, uma fruta de alta demanda no exterior devido à sua qualidade e sabor doce. Entre os principais compradores está a Europa, onde o Brasil se consolidou como um dos maiores exportadores, abastecendo principalmente Portugal, Espanha e Reino Unido.

A crescente demanda pelo mamão brasileiro reflete não apenas a qualidade da fruta, mas também os avanços na logística e no manejo agrícola. Com mais de um milhão de toneladas produzidas anualmente, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial, atrás apenas da Índia. No entanto, apesar do crescimento das exportações, o setor enfrenta desafios relacionados à logística e às exigências sanitárias.
Produção: onde nasce o mamão brasileiro?
O mamão é cultivado em várias regiões do Brasil, mas os estados que se destacam na produção são o Espírito Santo, a Bahia e o Ceará. O clima tropical favorável permite que a colheita ocorra durante todo o ano, garantindo um abastecimento constante tanto para o mercado interno quanto para o externo.

De acordo com a ABRAFRUTAS, só o Espírito Santo colheu mais de 554 mil toneladas de mamão em 2023, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. A Bahia também se destaca, com 390 mil toneladas.
Exportação: o caminho até a Europa
Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 43,9 mil toneladas de mamão, gerando uma receita de US$ 58 milhões, segundo dados do AGROSTAT, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Para que o mamão chegue em boas condições às prateleiras europeias, a logística precisa ser eficiente. Como se trata de um produto perecível, cerca de 90% das exportações são feitas por transporte aéreo. O fluxo logístico segue estas etapas:
- Colheita no ponto ideal de maturidade.
- Processamento e embalagem, com seleção rigorosa e proteção com cera vegetal.
- Refrigeração adequada para conservar o frescor da fruta.
- Despacho em voos comerciais e cargueiros.
Essa rota permite que o mamão colhido no Brasil esteja nas prateleiras europeias em apenas 4 a 5 dias.
Desafios e oportunidades para o setor
Apesar do sucesso, o setor enfrenta desafios. Um dos principais é atender às exigências fitossanitárias impostas pela União Europeia, que recentemente apertou os limites de resíduos de defensivos agrícolas. Para continuar competitivos, os produtores brasileiros têm investido em práticas mais sustentáveis.

Outro desafio está no custo do transporte aéreo, que encarece o preço final da fruta. O mamão brasileiro, por sua qualidade superior, acaba sendo um produto premium, comercializado a um público mais seletivo.
Por outro lado, o crescimento do consumo de frutas tropicais na Europa é uma oportunidade. O mamão brasileiro se destaca pela doçura e qualidade, fatores que garantem uma fidelização crescente dos consumidores estrangeiros.
Um setor em expansão
O mamão brasileiro conquistou um espaço de destaque nas exportações e segue como um dos produtos mais promissores da fruticultura nacional. A demanda crescente, especialmente na Europa, reforça o potencial do setor e incentiva investimentos em tecnologia e logística.
Diante desse cenário, o futuro do mamão brasileiro é promissor. Com a manutenção da qualidade e ajustes na exportação, o Brasil tem tudo para continuar sendo um dos maiores fornecedores globais dessa fruta tropical.