Julho de 2019 pode ser o mais quente da história

No mês passado, as temperaturas médias globais foram as mais quentes registradas para junho. Porém, julho pode surpreender ainda mais. As temperaturas recordes em grande parte do mundo nas últimas duas semanas podem fazer de julho o mês mais quente já medido na Terra.

O constante aumento da temperatura do planeta terra nos conduzirá a um clima extremo com ocorrência de ondas de calor, de frio, secas e cheias intensas.

Apesar das ondas de frio na América do Sul, devido a chegada do inverno e os distúrbios nos jatos de altos níveis, a última quinzena tem sido extremamente quente no Ártico canadense, secas incapacitantes em Chennai e Harare e incêndios florestais que forçaram milhares de turistas a abandonar acampamentos no sul da França e levaram a Força Aérea na Indonésia a realizar missões de “bombardeamento” de nuvens na esperança de induzir a chuva. Se as tendências da primeira metade deste mês continuarem, julho de 2019 baterá o recorde anterior de julho de 2017 em cerca de 0,025°C.

Este calor no mês de Julho segue o recorde de temperatura do mês passado. Junho de 2019 foi o mês de junho mais quente já registrado de acordo com a NASA e o Sistema de monitoramento por satélite Copernicus da Europa. Tais eventos climáticos extremos podem se tornar mais comuns à medida que o planeta continua a aquecer sob as crescentes concentrações de gases de efeito estufa.

Globalmente, o período de doze meses de julho de 2018 a junho de 2019 foi de 0,52°C mais quente do que a média de 1981-2010. O período mais quente de doze meses foi de outubro de 2015 a setembro de 2016, com uma temperatura de 0,66°C acima da média. 2016 foi o ano mais quente já registrado, com uma temperatura global de 0,63°C acima da média entre 1981-2010. O segundo ano mais quente, 2017, teve uma temperatura 0,54°C acima da média, enquanto o terceiro ano mais quente, 2018, foi 0,46°C acima da média de 1981-2010.

O ano de 2019 pode ficar entre os 3 anos mais quentes da história. De acordo com dados da NASA e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, nove dos 10 anos mais quentes registrados ocorreram desde 2000, uma tendência que os meteorologistas atribuem principalmente às emissões humanas de gases de efeito estufa.

O aquecimento global antropogênico

Alguns gases, incluindo dióxido de carbono e metano, retêm calor na atmosfera terrestre, produzindo um "efeito estufa" que aquece o planeta. O nosso planeta está aproximadamente 1°C mais quente hoje do que entre 1850 e 1900 e isso se deve em parte às emissões de gases de carros, aviões e outras atividades humanas.

O efeito estufa é um processo natural do nosso planeta. Os gases que geram este efeito já estavam presentes na atmosfera muito antes do homem. Porém, desde a revolução industrial, os seres humanos participam cada vez mais na contribuição dos gases do efeito estufa. A destruição de florestas, a queima de combustíveis fósseis, o aumento da produção de bovinos, as emissões gasosas das indústrias, entre outras atividades, fizeram do homem uma nova variável para as mudanças climáticas.

A pergunta mais comum é: como sabemos que o homem está causando este aquecimento? Através de modelos numéricos, podemos reproduzir as condições atmosféricas do planeta terra. O aquecimento que está ocorrendo desde o início deste século não é representado pelos modelos somente considerando os processos geofísicos naturais. Quando a atividade humana é considerada, os modelos convergem para a atual situação do planeta.