Furacões Paulette e Sally ganham força no Atlântico Norte

Pela primeira vez desde 1971, cinco ciclones tropicais estão ativos ao mesmo tempo na bacia do Atlântico Norte. Entre eles os furacões Paulette, que atingiu as Ilhas Bermudas, e Sally, que em breve atingirá a costa sul dos Estados Unidos.

Furacões Paulette e Sally
Furacões Paulette (a direita) e Sally (a esquerda) sobre o Atlântico Norte e Golfo do México, respectivamente, nessa segunda-feira (14). Foto: AccuWeather/Twitter.

Já chegamos ao pico da temporada de furacões de 2020, e, conforme previsto, essa temporada tem sido mais ativa que o normal no Atlântico Norte! O Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês) dos Estados Unidos emitiu uma nota alertando que nessa segunda-feira (14) cinco ciclones tropicais estavam ativos no oceano Atlântico Norte, número que empata com o antigo recorde estabelecido em setembro de 1971.

Desses cinco ciclones, dois ganharam destaque ao evoluírem para furacões e atingirem o solo, o Furacão Paulette e o Furacão Sally. Paulette evoluiu de tempestade tropical para um furacão de categoria 1 nesse domingo (13), enquanto seguia para noroeste no Atlântico Norte, em direção as Ilhas Bermudas. Na segunda-feira, Paulette atingiu a ilha, que inclusive chegou a ficar inteiramente dentro do olho do furacão por um período, conforme foi capturado pelas imagens de satélite.

Apesar de estar classificado como categoria 1 quando atingiu as Bermudas, uma estação meteorológica no Museu Nacional registrou uma rajada de vento de 155 km/h, que é o equivalente a categoria 2. O Serviço Meteorológico das Bermudas relatou também que uma rajada de 189 km/h foi medida no Centro de Operações da Marinha, a 88 metros acima do nível do mar. Ventos dessa força nesta altitude são equivalente aos de um furacão de categoria 3!

Até o momento, além dos ventos fortes, foram registradas chuvas torrenciais e forte agitação marítima na ilha. Milhares de casas ficaram sem energia e, felizmente, nenhuma vítima fatal e grandes estragos foram reportados até então. As Ilhas Bermudas não eram atingidas por um furacão dessa magnitude desde 2014. Agora, já afastada das Bermudas em meio ao oceano Atlântico, Sally segue se fortalecendo e agora é classificado como furacão de categoria 2.

Um distúrbio tropical próximo das Bahamas deu origem a uma depressão tropical na sexta-feira (11), denominada de Depressão Tropical 19. Esse sistema, no sábado (12), atingiu parte da Flórida, incluindo Miami, com ventos de 55 km/h e grandes acumulados de chuva. Ontem, após uma rápida intensificação, o sistema evolui para o Furacão Sally, de categoria 2.

Agora o Furacão Sally está prestes a atingir os estados de Louisiana, Mississipi e Alabama menos de um mês após o impacto do Furacão Laura, que causou grandes prejuízos e destruição na região. Acumulados de chuva da ordem de 150 a 300 mm são esperados, além de fortes rajadas de vento.

As tempestades mais recentes a se formarem no Atlântico Norte foram as Tempestades Tropicais Teddy e Vicky. Até agora, Cristobal e todas as tempestades de Edouard a Vicky ficarão na história por serem as tempestades a se formarem mais cedo para suas respectivas letras iniciais.

Agora resta apenas um nome na lista de tempestades estabelecida para temporada, "Wilfred", que logo poderá ser usado, já que outros distúrbios tropicais já estão sendo monitorados. Uma vez que esta lista se esgote, as tempestades passarão a ser nomeadas com letras do alfabeto grego. Se isso acontecer, essa será a segunda vez na história que o alfabeto grego será usado, a primeira vez foi em 2005, quando 28 tempestades foram nomeadas.