Feliz Ano Novo? Não, quando se trata de desastres naturais

Após um ano pandêmico, conturbado e marcado por tantos desastres naturais e cenários climáticos críticos, brasileiros e outras nações acreditam em uma piora para 2022.

chuva na bahia
Foto aérea das enchentes causadas por fortes chuvas em Itapetinga, no sul da Bahia, no domingo (26) — Foto: Clewton Dias/G4TV Drones/AFP

O ano de 2021 chegou em sua reta final com cenários catastróficos, imagens fortes e perdas incalculáveis. A recente chuva excessiva na Bahia deixou ao menos 21 mortos e mais de 400 mil pessoas afetadas.

Os brasileiros enfrentaram inúmeras dificuldades climáticas ao longo deste ano, não bastasse a chuva excessiva que transborda rios, alaga cidades, inunda casas e lavouras, arrasta veículos, animais e pessoas, tantas outras adversidades chamaram a atenção.

Em 2021 foram registrados momentos de seca que desencadearam uma forte crise hídrica no país, houve um surto com nuvens de gafanhotos, recordes no número de queimadas, a devastação da Amazônia com desmatamentos, geadas que não eram registradas há quase três décadas, enfim, um clima bastante desafiador. A pergunta que fica é: o que esperar para 2022?

Clima em 2022

Cerca de 62% dos brasileiros acreditam que os eventos naturais extremos podem se agravar no próximo ano, algo que foi constatado através de uma pesquisa realizada pela Ipsos no Brasil e divulgada pela Global Advisor Predictions. Além dos brasileiros, outras 32 nações também esperam pelo pior.

Em 2021, os cenários climáticos perturbadores não tiraram a paz apenas no Brasil. Alguns eventos extremos também ganharam destaque ao redor de todo o mundo, é o caso da tempestade de neve em Madri, as intensas ondas de calor recordes no Canadá, os incêndios na Grécia, a onda de frio no sul dos Estados Unidos, as cheias na Alemanha, o ciclone na Indonésia, além dos terremotos no Haiti.

Segundo o estudo, além da maioria dos brasileiros, outros países também apostam no aumento dos desastres naturais. Em primeiro lugar, com 72%, os holandeses são os que mais acreditam em uma maior frequência de eventos naturais extremos em 2022. Em segundo e terceiro lugar vêm a Grã-Bretanha e a Austrália, com 69% e 68%, respectivamente.

O combate aos desastres naturais

Apesar de diversas nações apostarem em um cenário negativo para 2022 quando o assunto é o clima e os eventos naturais extremos, a pesquisa também revelou que as pessoas estão cada vez mais conscientes e dispostas a combater o aquecimento global.

queimadas
Incêndios florestais têm crescido em proporção e frequência ao redor de todo o planeta.

Segundo o diretor da Ipsos no Brasil, Hélio Gastaldi, a realização da COP26 despertou as pessoas para as urgências climáticas, apesar de ser uma luta já antiga. Atualmente, as pessoas se mostram mais preocupadas com o futuro do planeta.

A ampliação do debate sobre as consequências do aquecimento global, com a COP26, contribui para chamar a atenção sobre a urgência climática - Gastaldi.

Eventos naturais extremos acontecem, fazem parte da natureza e cabe a nós enfrentá-los. A grande questão é a maior frequência com que eles têm acontecido e como eles têm devastado populações ao redor do planeta. A natureza reage ao desequilíbrio humano, dá respostas ao tratamento que tem recebido da humanidade.

É fato o poder destrutivo dos eventos climáticos extremos, é fato mais ainda que o homem está a caminho de sua própria destruição, mas a guerra ainda não acabou, ainda existe esperança de uma natureza equilibrada novamente, a luta é diária, e é com esta esperança que daremos início a 2022.