Dia das Mães: por que a mulher que inventou a data se arrependeu de tê-la criado?
O feriado do Dia das Mães foi criado em 1908 por Anna Jarvis, que um tempo depois se arrependeu de ter o criado e lutou até o fim da vida para revogar a data. Entenda o porquê.

O Dia das Mães é uma data comemorativa que homenageia a figura familiar materna e a maternidade todos os anos, e ela varia de acordo com o país. No Brasil, é comemorada no segundo domingo de maio; já em Portugal, por exemplo, é no primeiro domingo de maio. No Reino Unido, é celebrado no quarto domingo da Quaresma.
A data foi criada pela ativista Anna Jarvis no início do século 20 para transformar um dia de homenagem à sua falecida mãe em um feriado nacional. Contudo, o que ela achava que era bom acabou se tornando um pesadelo para ela, a ponto de querer revogar a data comemorativa no calendário. Entenda abaixo o motivo.
A origem do Dia das Mães
Anna Jarvis (1864-1948), uma ativista americana, fundou o Dia das Mães nos Estados Unidos há mais de um século, escolhendo o segundo domingo de maio para tal celebração; mesma data que é comemorada até hoje em muitos países do mundo.
Ela nasceu durante a Guerra Civil, e viu sua mãe, Ann Reeves Jarvis, trabalhar na organização de Clubes de Trabalho Materno para cuidar de soldados de ambos os lados da guerra, a fim de diminuir as diferenças entre as mães do Norte e do Sul.
Segundo historiadores, Anna imaginava o feriado como um retorno ao lar, um dia para homenagear a sua mãe, a única mulher que dedicou sua vida à Anna. Ela escolheu o segundo domingo de maio porque seria sempre próximo de 9 de maio, o dia da morte de sua mãe, que faleceu em 1905.
E por que Anna Jarvis passou a odiar a data?
Acontece que a data começou a ter um apelo comercial, e Anna nunca quis que o dia se tornasse comercial, mas sim, só uma celebração às figuras maternas. Então ela acabou se opondo à comercialização e popularização do feriado.
Com o feriado, as indústrias floral, de cartões comemorativos e de doces começaram a ficar gananciosas para vender os seus produtos e subiram os preços nesta data, a fim de lucrarem mais.
Para Anna, "estavam comercializando o seu Dia das Mães". Para um jornal da época, ela comentou: "O que vocês farão para afugentar charlatões, bandidos, piratas, mafiosos, sequestradores e outros cupins que, com sua ganância, minam um dos movimentos e celebrações mais nobres e verdadeiros?".

Ela se irritava com qualquer organização que usasse seu dia para qualquer coisa que não fosse seu propósito original e sentimental, dizem historiadores. Em 1920, ela já incentivava as pessoas a não comprarem flores, por exemplo.
Além disso, instituições de caridade usavam o feriado para arrecadar fundos com a intenção de ajudar mães pobres; porém, como contam, elas não estavam usando o dinheiro para mães pobres, como alegavam.
Anna reivindicou os direitos autorais da frase "Segundo domingo de maio, Dia das Mães" ("Second Sunday in May, Mother's Day") e passou a vida lutando contra a comercialização da data. Um dos seus últimos atos foi ir de porta em porta na Filadélfia (EUA) pedindo assinaturas para apoiar a revogação do Dia das Mães.
Anna Jarvis nunca se casou e nem teve filhos, dedicando sua vida principalmente à causa do Dia das Mães. Ela faleceu em West Chester, na Pensilvânia (EUA), no dia 24 de novembro de 1948, aos 84 anos, devido a uma insuficiência cardíaca.
Referências da notícia
Anna Jarvis: The woman who regretted creating Mother's Day. 09 de maio, 2020. Vibeke Venema.
Dia das Mães: Por que mulher que criou o feriado passou a odiar a data?. 08 de maio, 2025. Éric Moreira.