Início de colheita da soja e previsão para o Rio Grande do Sul

Em meio às chuvas irregulares e diferentes índices de água disponível no solo, começa a colheita da safra 2020/21 de soja no Rio Grande do Sul. Sojicultores gaúchos lidam com diferentes estágios da cultura ao mesmo tempo.

Soja
Soja se encontra em diferentes estágios no Rio Grande do Sul, colheita começa atrasada em relação à safra passada

As atividades de colheita da soja 2020/21 foram iniciadas no Rio Grande do Sul, entretanto, comparadas à safra anterior, de forma atrasada. Os percentuais iniciais de colheita são baixos uma vez que a cultura ainda se encontra em estágio de enchimento de grãos e maturação em várias áreas do estado.

Segundo o Informativo Conjuntural da EMATER-RS, apenas 1% da safra foi colhido até o momento.

A chuva perdeu força no Sul do Brasil desde meados do mês de fevereiro, o que comprometeu de forma pontual algumas áreas produtoras, onde o solo exigia mais umidade. De modo geral, os índices de disponibilidade hídrica do solo foram mantidos em níveis considerados adequados para garantir um potencial produtivo elevado para a safra de soja no Rio Grande do Sul.

Vale ressaltar que o episódio de chuva registrado no início deste mês de março, com volumes significativos na maior parte do território gaúcho, ajudou a fase final de desenvolvimento da soja. Os sojicultores ainda precisam seguir atentos às condições do tempo nos próximos dias, principalmente por lidar com estágios diferentes da cultura.

O tempo no Rio Grande do Sul

A semana começa com tempo firme em praticamente todo o Rio Grande do Sul, com predomínio de céu claro, poucas nuvens, sol e calor, o que não dura muito tempo. Na terça-feira (16), uma área de baixa pressão atmosférica se desprende e organiza instabilidades na fronteira entre Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul. À noite são esperados temporais sobre áreas produtoras da campanha e do oeste gaúcho.

O tempo seco favorece a colheita de soja já iniciada, mas pode faltar umidade para que a cultura complete o ciclo sem perder o potencial produtivo no estado.

Mas é na quarta-feira (17) que a área de baixa pressão atmosférica dará origem a uma frente fria bem definida, a qual espalha chuva por todo o Sul do Brasil. As pancadas podem ser fortes, acompanhadas por ventos, descargas elétricas, até eventual queda de granizo, mas em contrapartida, os volumes significativos serão muito pontuais, ou seja, a maior parte das áreas produtoras de soja não deve registrar altos volumes que possam modificar a situação da água disponível no solo.

Chuva no Sul
Frente fria provoca chuva nos próximos dias e garante manutenção da umidade do solo em áreas produtoras de soja no Rio Grande do Sul

A partir de quinta-feira (18), a frente fria se afasta em direção ao oceano e deve dar lugar a uma massa de ar seco associada a uma área de alta pressão atmosférica, que inibe a formação de novas instabilidades.

Ao que tudo indica, episódios de chuva volumosa sobre as áreas produtoras de soja no Rio Grande do Sul ficarão cada vez mais escassos nos próximos dias, isso porque um bloqueio atmosférico se instala sobre o Pacífico Sul. Esse tipo de sistema meteorológico é responsável por inibir o avanço de frentes frias pelo Brasil, uma vez que elas ficam mais zonais e acabam passando pela Argentina e vão logo em direção ao Oceano Atlântico.

A formação de um bloqueio não significativa ausência total de chuva, uma vez que outras instabilidades podem se formar no interior do continente. Até o final do mês de março, novas pancadas de chuva podem se espalhar pelo estado gaúcho.