Chuva causa destruição e mortes no Rio de Janeiro: sobe para 12 o número de vítimas fatais

A chuva que atingiu o Rio de Janeiro de forma intensa nos últimos dias deixou muitos estragos e 12 vítimas fatais confirmadas até o momento. Veja a previsão para os próximos dias.

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Bombeiros fazem buscas no Rio Botas — Foto: Ben-Hur Correia

O volume de chuva registrado nas últimas 72 horas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) ultrapassou a casa dos 170 milímetros no estado do Rio de Janeiro, foram 174.6 milímetros em Duque de Caxias e 173.4 milímetros em Niterói. A chuva intensa e persistente foi consequência de um ciclone subtropical que deu origem a mais uma frente fria já na altura da região Sudeste, o que resultou em transtornos, prejuízos e mortes.

A Zona Norte do Rio de Janeiro foi castigada por enchentes e deslizamentos devido ao excesso de umidade. O volume total de precipitação na capital nesse intervalo de 72 horas chegou a 153.4 milímetros na estação meteorológica do INMET localizada na Vila Militar.

Número de mortes sobe para 12 na região metropolitana do Rio de Janeiro com a chuva do final de semana. Volume de precipitação passou dos 150 milímetros nas últimas 72 horas segundo dados do INMET.

Em nota nesta segunda-feira (15), o governador Cláudio Castro confirmou as 12 vítimas fatais devido ao forte temporal que atingiu a região metropolitana neste último final de semana. Em sua fala, o governador se solidarizou com as famílias das 12 vítimas confirmadas até agora e disse que estão a procura ainda de uma pessoa desaparecida.

Chuva provoca 12 mortes no Rio de Janeiro

A 12ª vítima fatal foi encontrada nesta segunda-feira após ser arrastada pela correnteza até a Baixada Fluminense. O morador do Chapadão, na Pavuna que fica na Zona Norte do Rio foi encontrado no bairro São Matheus e ainda não teve sua identidade revelada. Cerca de 2.400 militares do Corpo de Bombeiros contaram com a ajuda de drones e cães varejadores na busca por vítimas e feridos.

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Localização das vítimas fatais das enchentes, deslizamentos de terra e descargas elétricas do último final de semana no RJ. Fonte: Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

Entre as outras vítimas fatais, morreram por afogamento Marli Zeferino Alves de 77 anos, Vanderlei Rodrigues Alves de 53 anos, André Cardoso de Aguiar de 52 anos, Sergio Carlos Monteiro da Silva de 57 anos, Marcos Aurelio Laponte Alampi de 53 anos e a última localizada foi Patrícia Rosa de 45 anos.

Geraldo (não teve o sobrenome divulgado) de 59 anos e Terezinha do Carmo Cassimiro de 55 anos, foram vítimas de soterramento. Antônio Caetano Cordeiro de 64 anos, Marcos Aurelio Aguiar Cotias de 53 anos e Paulo Cesar Oliveira Fernandes de 59 anos, morreram após serem atingidos por descargas elétricas.

Áreas mais atingidas e maiores prejuízos

Além das 12 mortes confirmadas, muitos estragos e prejuízos foram registrados após as fortes chuvas. Uma das maiores preocupações do governador é com relação aos problemas na BR-040, isso porque um bolsão de água enorme se formou na rodovia, o que impediu a passagem e muitos veículos, e isso próximo ao importante Hospital Adão Pereira Nunes. A demora pela resolução do problema tem sido considerada revoltante.

As pistas da Rodovia Washington Luís (BR-040) que ficaram interditadas no domingo (14) foram liberadas na tarde desta segunda-feira (15). Apesar da liberação, ainda existem pontos de alagamento mantendo uma faixa de 8km de congestionamento no sentido Rio.

Outro grande problema é a quantidade de lixo que ficou acumulada no Rio Botas, em Belford Roxo, que chegou a transbordar durante o temporal. Uma mulher continua desaparecida após ter seu carro levado pela correnteza. Além do Rio Botas, outros rios também transbordaram e seguem monitorados neste começo da semana.

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Cinco rios transbordaram durante o temporal no RJ — Foto: Adaptação Arte G1

Um comitê foi criado em 2022 para investir em trabalhos de prevenção e recuperação de cidades atingidas por questões climáticas. Só neste ano, a previsão é de R$ 1 bilhão investido em limpeza de rios e contenção de encostas para evitar as enchentes, porém, quando o volume de chuva é tão alto assim, é certeza da ocorrência de transtornos e prejuízos, porém, o trabalho e investimento se faz necessário para a cada dia diminuir ainda mais o impacto na vida das pessoas.

Estima-se em média que o número de desalojados e desabrigados chega a 600 em todos os municípios atingidos, sendo que metade disso foi em Nova Iguaçu. Aliás, uma multidão se reuniu em frente ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) em busca de ajuda, o que gerou tumulto após uma falsa notícia sobre distribuição de dinheiro.

Segundo a prefeitura da cidade, existe sim um fundo para ajudar as pessoas que foram vítimas da chuva, trata-se do Cartão Recomeçar que é para pessoas que perderam tudo, tem um critério grande para que as pessoas sejam selecionadas, o valor é de R$ 3 mil. O estado estima que 30 mil famílias devem receber esse benefício, serão R$ 9 milhões disponibilizados pela Secretaria de Desenvolvimento Social.