Câncer colorretal: entenda a doença que acometeu Preta Gil e como se prevenir
A morte de Preta Gil chama atenção para o câncer de intestino, tipo comum e perigoso. Conheça sintomas, tratamentos e avanços científicos sobre a doença.

A notícia da morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, destacou uma urgência que vai além da dor de sua perda: a conscientização sobre o câncer colorretal, também conhecido como câncer do intestino. A artista enfrentou o diagnóstico com coragem, dividindo sua jornada com o público, o que contribuiu para alertar sobre uma das doenças que mais cresce silenciosamente no Brasil e no mundo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de tumor afeta o intestino grosso, o reto ou o cólon e costuma se desenvolver a partir de pólipos — pequenas lesões benignas que, com o tempo, podem se transformar em câncer. Muitas vezes, a doença só apresenta sintomas em estágios avançados, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Sinais, fatores de risco e prevenção
Entre os sintomas mais comuns estão:
- Sangue nas fezes ou sangramentos retais
- Dor ou desconforto abdominal persistente
- Mudanças no hábito intestinal (diarreia ou constipação)
- Sensação de evacuação incompleta
- Perda de peso sem motivo aparente
- Fadiga constante
Apesar de não haver uma causa única, existem fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer colorretal:
- Idade superior a 50 anos
- Histórico familiar da doença
- Alimentação rica em gordura e pobre em fibras
- Consumo excessivo de carne processada
- Sedentarismo e obesidade
- Tabagismo e consumo de álcool
A boa notícia é que, quando diagnosticado cedo, o câncer colorretal tem altos índices de cura. Exames como a colonoscopia permitem detectar pólipos e removê-los antes que se tornem malignos. Especialistas recomendam iniciar os exames de rastreamento a partir dos 45 anos — ou antes, se houver histórico familiar.
O tipo de câncer que Preta Gil enfrentou
Em janeiro de 2023, Preta foi diagnosticada com um adenocarcinoma no intestino, subtipo que corresponde a cerca de 95% dos casos de câncer colorretal. Após cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia, ela chegou a anunciar que a doença estava em remissão. No entanto, em agosto de 2024, revelou que a enfermidade havia retornado em quatro pontos distintos do corpo, configurando um quadro de metástase.
Um estudo publicado na revista Cancers (MDPI) reforça a relevância dessas novas abordagens. A pesquisa concluiu que a expressão de neoantígenos tumorais e a ativação de células T estão diretamente ligadas à melhora na sobrevida de pacientes com câncer, inclusive os do tipo colorretal. Isso indica que estratégias imunológicas personalizadas podem ser decisivas para o futuro do tratamento da doença.
Câncer colorretal em números
De acordo com o INCA, o câncer colorretal é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de mama e próstata, respectivamente. A estimativa para 2023 era de mais de 45 mil novos casos no país.
A taxa de mortalidade está diretamente ligada ao diagnóstico tardio. Por isso, campanhas como o "Março Azul", voltadas à conscientização da doença, são cada vez mais relevantes. Além disso, a história de figuras públicas como Preta Gil contribui significativamente para romper tabus sobre o tema e incentivar o autocuidado.
Conscientizar é salvar vidas
A jornada de Preta Gil revelou mais do que uma luta pessoal. Ela colocou em evidência a importância de se falar abertamente sobre saúde intestinal, de encarar o câncer como uma batalha que pode ser enfrentada com dignidade — e que não deve ser enfrentada em silêncio.
A prevenção continua sendo o melhor caminho. Alimentação equilibrada, atividade física regular, abandono do cigarro e consultas periódicas ao médico são atitudes que, somadas, fazem a diferença. E mais do que isso: falar sobre o assunto pode salvar vidas.
Referências da notícia
O Globo. Morre Preta Gil, aos 50 anos. 20 de julho, 2025.
Wenjing Li et al. Impact of Neoantigen Expression and T-Cell Activation on Cancer Survival. 9 de junho, 2021.