Calor acima de 43°C provoca morte de 400 mil aves no Uruguai

As temperaturas no Uruguai excederam 43°C causando a morte de 400 mil aves e prejuízo de milhões de dólares aos produtores. Agora a solução é cuidar das aves que restaram usando tecnologia ou o velho ventilador.

Aves não suportaram o calor e houve a morte de 400 mil animais, trazendo prejuízos aos produtores uruguaios.

Hoje o assunto é de morte e prejuízo. Morte de 400 mil aves, no Uruguai, por conta do calor. O calor que tem assolado toda a América do Sul está provocando prejuízo para os pequenos agricultores, da agricultura familiar, que têm pouco recurso e tecnologia para amenizar a situação, como o uso de fontes alternativas de energia, dentre elas o sistema solar fotovoltaico, diminuindo assim o alto custo na conta de energia elétrica, além de reduzir o impacto no meio ambiente.

O prejuízo é para os pequenos produtores, mas também para as culturas de milho e soja dos grandes produtores. Entretanto, a situação foi além, chegou nos animais, animais que são frágeis às temperaturas elevadas, as aves. A avicultura precisa de uma alta demanda energética para oferecer condições ao bem estar animal.

O Instituto Nacional de Meteorologia do Uruguai (Inumet), fez uma publicação essa semana sobre o calor e realmente percebe-se que a situação é muito grave.A temperatura máxima absoluta no país foi de 44°C, dia 14, na Estação Meteorológica de Flórida, 75 km de Montevidéu. Esse valor foi o mesmo valor climatológico de 1943.

Como a ave reage ao calor

A Embrapa Suínos e Aves, unidade da Empresa Brasileira da Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) todo o ano faz um alerta para a hipertermia (temperatura corporal elevada) é uma das causadoras de mortes das aves, e também de outros animais, durante o verão.

Observa-se que uma ave está com muito calor quando ela aparece com asas e bico aberto. Isso acontece quando a ave não consegue manter sua temperatura de conforto térmico, que gira em torno de 20°C, explica a Embrapa. Além disso a frequência respiratória aumenta gradativamente à medida que a temperatura ambiente fica acima dos 30 graus.

Acima de 30°C? As temperaturas no Uruguai, onde houve esse surto de mortes, chegou a 44°C, assim não tem ave que resista. A Associação dos Produtores de Aves (APAS) foi quem divulgou essa notícia e acrescentou que essas perdas representaram entre 10% e 20% da produção de aves no Uruguai e atingiram 135 famílias de produtores.

Conforme a APAS, estima-se um prejuízo de US$ 1 milhão, no entanto, os produtores estavam superproduzindo e não faltará aves para o consumo.

Nós transpiramos, e através do suor perdemos calor, mas as aves não conseguem perder calor via suor, pois elas não transpiram. Elas só perdem calor resfriando seus órgãos internos através da respiração, ou bebendo água.

Segundo a APAS, as “Isso é absolutamente histórico, nunca havia acontecido”, disse Joaquín Fernández, presidente da associação . “É a primeira vez que algo assim acontece. Estou no setor há 43 anos e nunca passei por tal situação”.

Dica para futuros produtores

O aviário precisa ser climatizado, especialmente durante verões escaldantes como o que estamos vivendo. É claro que o custo é elevado e nem todos produtores disponibilizam de grandes investimentos, então, a solução é o uso do velho e bom ventilador. Mas ainda tem uma ressalva: os ventiladores não devem incidir diretamente na cabeça da ave, alerta a Embrapa.

Outra dica simples e não menos importante é retirar o alimento da ave, que está exposto ao sol e calor. Acrescentando o cuidade de água fresca e potável a disposição do animal é uma boa pedida. A ae que não bebe água tem dificuldades de controlar a temperatura corporal. A Embrapa finaliza dizendo que o posicionamento do aviário na hora da construção é a melhor prevenção.

O desequilíbrio ocasionado por cada pequena ação de ataque e degradação ao nosso sistema terrestre poderá gerar respostas extremamente violentas e impetuosas, que estão se tornando cada vez mais frequentes e intensas. Prof. dr. Márcio Cataldi

Termino minha participação deixando essa reflexão, que está no blog , do colega e prof. dr. Márcio Cataldi, coordenador do curso de Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente da Universidade Federal Fluminense sobre os desequilíbrios da natureza e a qual corroboro com cada palavra.

Saudações Meteorológicas !