Tempestade Iba: ainda ameaça o Brasil?

Ontem à tarde o Serviço Meteorológico da Marinha confirmou uma tempestade tropical, Iba, nas proximidades da costa brasileira entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Confira aqui como esse sistema irá se comportar nos próximos dias.

Imagem de satélite do canal do visível da manhã de segunda-feira (25) mostra a tempestade tropical Iba próximo a costa do ES e da BA.

Desde a semana passada, os modelos numéricos de previsão de tempo vinham apontando a formação de um ciclone com características tropicais entre os estados da Bahia e do Espírito Santo. No entanto, divergiam em relação a sua trajetória e evolução, sendo o ECMWF e GFS mostrando um deslocamento para sul e depois para leste, com evolução para um sistema subtropical, e o modelo COSMO mostrando um deslocamento para sul e avanço em direção ao continente, atingindo o Espírito Santo.

Assim, como vinha sendo esperado, um ciclone se formou na sexta-feira (23) e evoluiu para uma depressão tropical, com centro de pressão estimada 1010 hpa. No início da tarde do domingo (24), o sistema se transformou em tempestade tropical e sendo nomeado como Iba (ruim, em tupi-guarani), com centro de pressão estimada em 1008 hpa e ventos estimados em torno de 65 km/h. Segundo o Serviço Meteorológico da Marinha, a previsão para ao longo desta segunda-feira (25) é de que o sistema se desloque para sul e ganhe intensidade, com pressão em 1006 hpa e ventos em torno de 80 km/h.

Classificação dos Sistemas Tropicais: escala Saffir-Simpson

A escala de Saffir-Simpson é usada para classificar os sistemas tropicais e, assim, prever os potenciais riscos na passagem desses sistemas. As categorias são estimadas através da intensidade dos ventos no intervalo de 1 minuto.

  • Depressão Tropical: ventos menores que 63 km/h
  • Tempestade Tropical: ventos entre 63 e 118 km/h
  • Furacão Categoria 1: ventos entre 119 e 153 km/h
  • Furacão Categoria 2: ventos entre 154 e 177 km/h
  • Furacão Categoria 3: ventos entre 178 e 208 km/h
  • Furacão Categoria 4: ventos entre 209 e 251 km/h
  • Furacão Categoria 5: ventos superiores a 251 km/h

Previsão para os próximos dias

No decorrer desta segunda-feira (25) a tempestade tropical Iba, irá se intensificar e se deslocar para sul e atuar próximo a costa do Espírito Santo. Não há previsão para que o sistema evolua de categoria, passando a ser considerado um Furacão Categoria 1. No entanto, os ventos próximos a costa atingem valores entre 65 e 80 km/h. O mar também fica bastante agitado, com ondas de até 3 metros de altura. Na Bahia, as chuvas continuar a ocorrer com moderada à forte intensidade, sendo que mais para a parte da noite há previsão de chuva fraca no leste e de forma mais isolada nas demais áreas do estado.

Na terça-feira (26) o ciclone perde intensidade, mas ainda se mantém próximo a costa do Espírito Sano e sul da Bahia, mantendo o tempo instável e chuvas de moderada a forte intensidade em praticamente todo o território baiano. No estado capixaba, não há previsão de chuva, porém o dia fica ventoso, com ventos entre 40 e 60 km/h. O mar se mantém agitado, com ondas em torno dos 2 metros de altura. Portanto, ainda é preciso ficar atento e acompanhar os avisos de mau tempo da marinha.

Na quarta-feira (27), os modelos ECMWF e GFS mostram o sistema começando o deslocamento para leste e se afastando da costa brasileira já pela manhã. As chuvas diminuem de intensidade e passam a ocorrer com fraca intensidade, não devido ao ciclone, mas agora por conta dos ventos que sopram do oceano. O dia se mantém ventoso desde o norte do Rio de Janeiro até o sul da Bahia, com ventos moderados entre 40 e 50 km/h. Agitação marítima continua na costa do Espírito Santo, com ondas entre 2 e 3 metros de altura.

Apesar de os modelos ECMWF e GFS concordarem em relação à trajetória e a evolução do Iba, modelos como o COSMO simulam uma condição mais pessimista, com o sistema se deslocando para sul e avançando um pouco sobre o continente. Devido a isso, é preciso manter o acompanhamento das informações da Marinha e do CPTEC, mesmo sendo o ECMWF e GFS os mais próximos da realidade até o momento.