Semiárido Show 2025: tecnologia e inclusão social para transformar a agricultura do sertão
De 26 a 29 de agosto, o Semiárido Show 2025 reúne soluções para produzir com menos água, emissões mais baixas e renda no sertão. Entenda por que o evento virou vitrine pré-COP30 e como impacta agricultores brasileiros.

De 26 a 29 de agosto, Petrolina (PE) recebe a 11ª edição do Semiárido Show, a maior feira de inovação voltada à agricultura familiar dependente de chuva no Nordeste. Organizado pela Embrapa em parceria com o IRPAA, o evento chega com o tema “Ciência e Inovação para a Inclusão Socioprodutiva” e a missão de aproximar produtor, pesquisa e soluções práticas para conviver com a seca.
Neste ano, a feira integra a pré-agenda da Embrapa para a COP30 e terá estrutura montada em 20 hectares, com seminários, oficinas, minicursos, visitas técnicas e a exposição de cerca de 100 tecnologias voltadas à produção sustentável no sertão. É a vitrine ideal para quem busca produzir com menos água, menor impacto climático e mais renda — na prática, no campo demonstrativo.
Por que este ano importa
O Semiárido brasileiro abriga cerca de 28 milhões de pessoas e aproximadamente 1,8 milhão de estabelecimentos agropecuários. É uma das maiores populações em regiões secas do mundo, onde a baixa disponibilidade hídrica, agravada pelas mudanças climáticas, é o principal desafio produtivo. Ao colocar o sertão no centro das discussões pré-COP30, a feira amplia o debate sobre sustentabilidade e resiliência agrícola com foco em quem está na ponta.

O formato é um diferencial: ao lado de palestras e rodas de diálogo, o público vê tecnologias em funcionamento, interagindo com pesquisadores, técnicos e agricultores que vivenciam o clima do semiárido. A cada edição, cases replicáveis ganham visibilidade, de manejo de recursos hídricos à bioeconomia regional, e ajudam a encurtar o caminho entre laboratório e roçado.
Tecnologias que saem do papel
A programação foi pensada para capacitar e acelerar a adoção: são mais de 90 atividades gratuitas entre palestras, minicursos e oficinas, além de seminários e encontros estratégicos. A ideia é que o visitante saia com um “passo a passo” adaptado à realidade da sua propriedade e da sua comunidade.
Entre as soluções que devem atrair atenção do público:
- Uso eficiente da água (armazenamento, reuso e irrigação racional);
- Convivência com a seca (solo coberto, consórcios e rotações);
- Agricultura de baixo carbono (integração lavoura-pecuária, adubação verde);
- Bioeconomia regional (valorização de produtos da sociobiodiversidade);
- Agrobiodiversidade (troca de sementes e mudas crioulas adaptadas).
Do sertão ao Brasil: escala, renda e política pública
O que se testa e demonstra em Petrolina tem aplicabilidade direta em outras regiões secas do país. Para agricultores familiares, tecnologias de baixo custo e alta robustez, como captação de água, manejo de solo para reter umidade e sistemas integrados, elevam a resiliência produtiva, reduzem perdas em veranicos e abrem novas frentes de agregação de valor com a sociobiodiversidade.
A escalabilidade, porém, exige coordenação: crédito orientado, compras públicas que priorizem produtos do semiárido, apoio a cooperativas e governança multissetorial para manter as tecnologias depois da feira.
Ao articular ciência, demonstração em campo e inclusão socioprodutiva, o Semiárido Show se consolida como laboratório vivo para políticas de adaptação climática, um passo essencial na rota até a COP30 e além.
Referência da notícia
Semiárido Show 2025 acontece em agosto com tema focado na inclusão socioprodutiva e alinhamento à COP 30. 25 de junho, 2025. Embrapa.