Por que as estrelas piscam à noite?

Durante a noite quando o céu está limpo as estrelas parecem piscar. Inclusive podemos perceber como mudam de cor constantemente. Por que acontece isso?

Cielo estrellado
A constelação de Orion e a contaminação lumínica no horizonte.

O ser humano está se afastando cada vez mais do céu noturno. Antigamente as estrelas guiavam tanto os marinheiros como os homens desorientados na escuridão da terra. Hoje em dia, pouco conhecemos as constelações de cada época do ano e, se nos perdemos, somente alguns de nós saberíamos encontrar o Norte. 

A forma de viver do homem, nos faz concentrar nas grandes cidades. Tudo parece mais fácil ao ter todos os serviços ao nosso alcance, porém também há consequências negativas. Uma delas é que estamos vivendo uns em cima dos outros (apartamentos). Outras delas, é que as cidades têm que estar sempre iluminadas e isto nos impede de ver as estrelas. Somente nos distanciando alguns quilômetros, descobrimos quão belo é o céu noturno estrelado. 

Quando olhamos para cada ponto que brilha no céu, parece que está piscando. Todos sabemos que as estrelas, como nosso Sol, não piscam. Por que acontece esse efeito? Inclusive as estrelas mais brilhantes parecem mudar de cor, passando de branco para azul, e as vezes para a cor laranja, constantemente.  

A atmosfera, a responsável

A luz emitida pelas estrelas que atravessa o longo caminho até a Terra não sofre praticamente nenhum desvio. Viaja em linha reta. Quando tem que atravessar a atmosfera, é quando a sua trajetória muda. 

A atmosfera, apesar de ser transparente, não é uma camada com densidade uniforme. A parte que está mais próxima da superfície é mais densa que as camadas mais altas. Além disso, durante o dia são criadas correntes de ar quente, que ao serem menos densas que o frio, ascendem. Tudo isto faz com que a atmosfera se converta em um gás turbulento

Cielo con estrellas
Céu estrelado longe de uma grande cidade.

Quando a luz das estrelas está a ponto de chegar até nós, têm que cruzar a atmosfera. Cada vez que é encontrada uma camada de ar de diferente densidade, se desvia ligeiramente. Sofre uma refração ao mudar de um meio para uma densidade a outra. E assim, constantemente. Como o ar está em permanente movimento, a pequena dança que parece fazer as estrelas, também é constante, transmitindo a sensação que estão piscando. Estes pequenos desvios também podem alterar a cor, tal e como acontece com o Sol quando se põe no horizonte.

Os planetas e a Lua ficam de fora

Este curioso efeito somente acontece com as estrelas, porque são pontos de luz muito pequenos. No caso dos planetas e da Lua, ao serem pontos luminosos muito maiores, é mais difícil observá-los. Se vemos a Lua com binóculos ou com um pequeno telescópio, poderemos ver as turbulências na superfície. Em realidade, são provocadas pela nossa atmosfera.

Aos que moramos em uma grande cidade, podemos comprovar o mesmo efeito ao olharmos as luzes que temos no horizonte. Também é provocada a sensação de que estão brilhando. Especialmente conseguimos observar no verão, quando o asfalto e o cimento continuam irradiando calor após ter sido acumulado durante o dia todo. 

Os telescópios espaciais

Estudar as estrelas parece muito complicado, ao verificar que a luz que chega até nós, sofre essas alterações ao atravessar a atmosfera. Qual é a solução? Instalar grandes telescópios em montanhas altas. Assim, a luz não precisa cruzar tantos quilômetros de ar turbulento. 

Logo, temos os grandes telescópios espaciais como o Hubble. Desde 1990 não deixa de fotografar o espaço com uma grande vantagem: a luz que chega das estrelas não precisa cruzar a atmosfera. No entanto, enviar para o espaço esses tipos de instrumentos é muito caro.