A ameaça dos plásticos nos oceanos

A poluição por plásticos no oceano é assustadora e ainda fica pior quando pensamos nos efeitos do microplástico neste ambiente. Saiba mais sobre esses fragmentos plásticos afetam a vida marinha e quais são as alternativas para minimizar este problema.

Tudo no nosso dia-a-dia envolve plástico e a falta de descarte e gerenciamento adequados desses resíduos faz com que parte deles acabem no mar.

É difícil saber exatamente quanto plástico tem no oceano, mas estima-se que cerca de 8 milhões de toneladas acabam indo para lá todos os anos. Absolutamente tudo no nosso dia-a-dia envolve plástico: escovas de dente, sacos, embalagens de comidas, garrafas e diversos recipientes culinários. Muitas vezes, os itens plásticos do nosso dia-a-dia são usados uma única vez e descartados: canudos, embalagens, talheres e copos descartáveis. Infelizmente, nem sempre o descarte e gerenciamento desse lixo é adequado e eles acabam indo parar no mar.

O problema é que, diferente de outros lixos, os plásticos não se decompõem. Os resíduos plásticos ficam indefinidamente nos oceanos, causando severos danos aos ecossistemas marinhos. Plásticos maiores podem causar a morte de alguns animais por estrangulamento e danos ao sistema digestório. Também sabemos que esses resíduos plásticos danificam a superfície de corais, podendo deixá-los mais susceptíveis a doenças.

Microplástico: vilão "invisível"

Um problema ainda maior é o chamado microplástico, que surge como resultado da fragmentação de pedaços plásticos maiores (microplástico secundário) ou já são confeccionados com um tamanho reduzido, de menos de 0,5 cm. Esses fragmentos derivam de produtos como sabonetes, esfoliantes, purpurinas sintéticas e creme dentais abrasivos. Microfibras e pedaços de tecidos sintéticos também são formas preocupantes de microplásticos. Estas fibras e fragmentos plásticos podem absorver poluentes como pesticidas, tintas e combustíveis, o que os torna ainda mais perigosos para o ambiente.

O sistema inédito desenvolvido pela Ocean Cleanup promete reduzir o lixo acumulado no Pacífico Norte pela metade em 5 anos de operação. Créditos: Ocean Cleanup/Divulgação.

Uma revisão sobre o tema, publicada na revista Environmental Science and Pollution Research neste ano, mostra que a exposição e ingestão de microplásticos pode desencadear uma série de problemas aos animais marinhos como disfunção alimentar, interrupção da reprodução e distúrbios metabólicos. Esses efeitos são observados em vários níveis tróficos, isso é, desde grandes predadores até animais menores.

O que podemos fazer?

O plástico nos oceanos é um problema global. Isso porque, devido as correntes marinhas, o lixo descartado em uma localidade acaba sendo espalhado e transportado para outras. Organizações como a Ocean Cleanup se mostram atuantes em apresentar soluções práticas para tal problema, como o mecanismo inédito que está sendo implementado no Pacífico para tirar 70 mil quilogramas de lixo por ano.

No entanto, é importante que cada um faça a sua parte. Sabemos que na sociedade moderna é praticamente impossível viver sem plástico, mas iniciativas Lixo Zero estão cada vez mais em alta. A ideia é que tenhamos cada vez mais consciência do lixo que produzimos, evitando principalmente o uso de itens de plásticos que são usados apenas uma vez (canudos e copos principalmente) e adquirindo produtos que tenham alternativas naturais ao microplástico. Além disso, é também extremamente importante cuidarmos e nos responsabilizarmos pelo nosso lixo, buscando locais de descarte adequados.