Preocupante: aumenta o número de casas devastadas por incêndios florestais
Apesar dos alertas, a urbanização continua a avançar nas zonas de risco de incêndio, revela um novo estudo.
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Os incêndios florestais são uma ameaça que aumenta devido, entre outras coisas, às condições ligadas às mudanças climáticas, como as secas e as ondas de calor.
Apesar do perigo que representa, cada vez mais habitações estão sendo instaladas em regiões de risco de incêndio, o que aumenta a probabilidade de serem afetadas pela voracidade do fogo.
Uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade de Wisconsin examinou a localização de todos os incêndios florestais registrados nos Estados Unidos entre 1990 e 2020 e comparou-os com a expansão de habitações existentes ou construídas nas chamadas “áreas de interface urbana-selvagem” (Wildland Urban Interface), que são áreas onde as casas ficam muito próximas de áreas naturais, as WUI.
No período analisado, foi observado um aumento de 31% na extensão de terrenos classificados como WUI. E, além disso, o número de residências nessas áreas aumentou 46%. Atualmente existem cerca de 44 milhões de residências.
Segundo os dados, o número de habitações consumidas pelo fogo duplicou nestas três décadas. Além disso, só nos últimos 12 anos, 55 mil casas foram afetadas pelas chamas. A maioria deles estava localizada em matagais e pastagens, não perto de florestas.
“O número de habitações dentro do perímetro do incêndio duplicou desde a década de 1990 devido ao crescimento habitacional (47% das habitações adicionalmente expostas) e ao aumento da área ardida (53%)”, afirma o estudo, que foi publicado na revista Science.
Risco crescente
Muitas pesquisas anteriores sugeriram que os incêndios florestais estão se tornando mais frequentes e intensos, devido às condições mais secas associadas às mudanças climáticas. Além disso, em muitos casos, a má gestão florestal contribui para danos devastadores.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alertou este ano que o aumento dos incêndios causará problemas com os quais os governos não estão preparados para lidar, como os impactos na saúde da poluição atmosférica causada pela fumaça.
A equipe de pesquisa chama a atenção para o fato de, apesar do aumento do risco, a construção de novas habitações nas regiões WUI não parecer parar, sugerindo que o risco de incêndios florestais não funciona para desencorajar o desenvolvimento urbano.
De acordo com esta perspectiva, então, as perspectivas são preocupantes: cada vez mais casas serão afetadas por incêndios nos próximos anos, o que implicará maiores perdas econômicas e risco de vida para milhões de pessoas.
O trabalho foi realizado por especialistas em manejo florestal da Universidade de Wisconsin, em conjunto com especialistas do Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos EUA e do Centro de Pesquisa Geológica, Geociências e Mudanças Ambientais dos EUA.