Curiosidade do Espaço: você sabe o que são os Pilares da Criação?

Essas formações estão localizadas no aglomerado estelar Nebulosa da Águia. Possuem um formato diferenciado e sua imagem é uma das fotos espaciais mais icônicas de todos os tempos. Saiba mais aqui!

Pilares da Criação, telescópio Hubble
Primeira imagem dos ‘Pilares da Criação’ feita pelo telescópio espacial Hubble em 1995. Crédito: NASA; ESA; STScI/AURA.

O Universo é surpreendente! Suas profundezas revelam objetos e formações magníficas, e graças aos telescópios atuais conseguimos ter uma noção disso através de imagens. Um belo exemplo são os chamados “Pilares da Criação”; a foto dessas formações é uma das mais icônicas de todas. Quer saber melhor do que se trata? Acompanhe aqui conosco.

O que são os ‘Pilares da Criação’?

Os ‘Pilares da Criação’ são colunas gigantescas de gás e poeira interestelar localizadas no "coração" da Nebulosa da Águia na Via Láctea, a cerca de 6.500 anos-luz da Terra. Essas gigantes estruturas foram chamadas assim por dois motivos: devido ao local em que estão, que é uma região de formação ativa de estrelas, e por que o seu formato lembra pilares.

Essas densas estruturas são compostas, principalmente, por hidrogênio molecular, que é vital para o nascimento de novas estrelas. São iluminadas e erodidas pela luz ultravioleta e pelos ventos de um aglomerado de estrelas jovens.

Nebulosa da Águia é um aglomerado estelar que fica a cerca de 7.000 anos-luz da Terra. Foi descoberta pelo astrônomo suíço Jean-Philippe de Chéseaux em 1745 e seu nome é devido ao formato da nuvem interestelar em torno do aglomerado, que lembra uma águia.

Os pilares se estendem por uma distância de 4 a 5 anos-luz. O maior deles tem cerca de 6 anos-luz de altura: isso é mais do que a distância entre o Sol e a estrela mais próxima, a Proxima Centauri. Os outros dois pilares têm cerca de 4 e 5 anos-luz, respectivamente. Todos juntos, ocupam uma área de cerca de 5 anos-luz de largura.

Para se ter uma ideia melhor do que isso significa, vamos comparar com algumas estruturas aqui da Terra. Por exemplo: a Torre Eiffel, em Paris, tem 324 metros de altura, o que é muito menor do que 1 pixel na imagem do Hubble (a do início desse artigo). Outro exemplo: a Pirâmide de Gizé, no Egito, tem 139 metros de altura, e a Estátua da Liberdade (New York, EUA) tem 93 metros de altura; ambas insignificantes na escala dos pilares.

A imagem mais recente dessa estrutura colossal

A primeira imagem deste incrível aglomerado foi tirada pelo telescópio espacial Hubble em 1995, sendo esta a mais famosa e icônica de todas. Desde então, outros observatórios também se voltaram para esta região do espaço profundo, coletando informações e até tirando novas fotos. Mas a imagem mais recente foi feita pelo telescópio espacial James Webb em 2022, sendo a mais rica em detalhes, registrando detalhes nunca antes vistos e em alta qualidade.

‘Pilares da Criação’, telescópio James Webb
A imagem mais atual dos ‘Pilares da Criação’ feita pelo telescópio espacial James Webb em 2022, com muito mais detalhes. Crédito: Nasa/Esa/CSA/STScI.

Na imagem do Webb (acima), é possível notar, por exemplo, manchas vermelhas brilhantes, que parecem lava, nas extremidades dos pilares. Conforme explicado pela agência americana NASA, estas são ejeções de estrelas que ainda estão se formando. “Estrelas jovens emitem periodicamente jatos supersônicos que colidem com nuvens de material, como esses pilares grossos”, disse a agência. E estima-se que algumas dessas jovens estrelas tenham "apenas" centenas de milhares de anos.

E embora os pilares pareçam formações rochosas e rígidas à primeira vista, eles são, na verdade, muito permeáveis, já que são formados por gases e poeira.

O James Webb é o telescópio mais potente e moderno do mundo. A imagem detalhada feita por ele foi possível graças à tecnologia da câmera NIRCam, que captura comprimentos de onda do infravermelho próximo, invisíveis ao olho humano. As cores da imagem foram "traduzidas" em luz visível.

Segundo a NASA, essa nova imagem do Webb "ajudará os pesquisadores a renovar seus modelos de formação de estrelas, ao identificar contagens muito mais precisas de estrelas recém-formadas, junto com as quantidades de gás e poeira na região".

Para ver a imagem completa feita pelo telescópio Webb clique aqui.