Setembro Amarelo: como falar sobre saúde mental com os jovens e o que fazer para ajudá-los?

Conhecido como Setembro Amarelo, o nono mês do ano é dedicado à prevenção do suicídio em todo o Brasil. Veja como conscientizar e falar sobre prevenção com os jovens, além de como ajudar quem sofre com algum distúrbio mental.

Setembro amarelo: o mês escolhido para reforçar sobre a prevenção ao suicídio enfatiza cuidados com a saúde mental e a capacidade de fala e escuta diante de momentos de sofrimento.

O 'Setembro Amarelo' é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio que acontece todos os anos no Brasil neste mês. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas as ações acontecem durante todo o mês.

A celebração teve início em 2015 a partir dos esforços da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) que, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização da Vida (CVV).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte entre os jovens em todos os países e contextos socioeconômicos.

O objetivo da campanha é quebrar tabus e incentivar as pessoas a buscarem e oferecerem ajuda, reforçando que o suicídio é prevenível. O slogan da edição de 2025 repete o da campanha do ano passado: Se precisar, peça ajuda!, um chamado para todos aqueles que precisam de cuidados e atenção, incluindo os que nem tem coragem de procurar ajuda.

"O suicídio custou a vida de 727.000 pessoas apenas em 2021", disse em um comunicado Dévora Kestel, diretora do Departamento de Saúde Mental na OMS. E segundo estudos, a taxa de suicídio entre jovens no Brasil cresceu 6% ao ano entre os anos de 2011 e 2022. Ainda, de acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), ao longo de 2023 o Brasil teve, em média, 31 internações ao dia por tentativa de suicídio.

Ajuda e prevenção salvam vidas

Primeiramente, quais os fatores responsáveis pelos casos de suicídios no Brasil e no mundo? A depressão é o mais importante elemento por trás do problema, sendo responsável por até 80% dos suicídios.

Outros fatores de risco importantes são o abuso de álcool e drogas, a solidão e o isolamento social, perda da posição socioeconômica, desemprego e doença física, principalmente quando acompanhada de dor crônica.

Segundo especialistas, muitos casos de suicídios estão relacionados a alguma doença mental, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia.

Então, precisamos primeiramente ficar atento aos sinais, como: expressão de ideias ou de intenções suicidas, publicações das redes sociais com conteúdo negativista, isolamento e distanciamento da família e dos amigos, ausência ou abandono de planos para o futuro, despedidas, entre outros.

A primeira coisa a se fazer ao lidar com uma pessoa que sofre disso, é não julgar nem desqualificar o seu sofrimento. É preciso ser compreensivo, compassivo, acolher a pessoa e buscar ajuda profissional, como psicólogos ou psiquiatras.

Crie um ambiente acolhedor e seguro onde a pessoa possa se sentir à vontade para se expressar; ouça-a sem julgamentos, normalizando o assunto desde cedo.

Para quem está sofrendo de ansiedade, depressão ou outras questões psicológicas, é muito importante receber o apoio das pessoas ao seu redor. Receber suporte, mesmo que seja um ‘ouvido amigo’ para escutar, sem julgamentos, o que passa pela cabeça, pode fazer uma grande diferença.

Os hábitos saudáveis, como boa alimentação e prática de exercícios físicos, também ajudam na prevenção ao suicídio.

Além disso, hábitos saudáveis também ajudam na prevenção. Ter uma alimentação adequada e saudável ajuda a manter o cérebro com saúde, bem como a prática de atividade física. Então, tenha uma conversa clara, respeitosa e educada com a pessoa para que ela coloque esses hábitos saudáveis na sua rotina.

Várias Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no país estarão abertas a toda a população, com rodas de conversa, palestras e encontros de acolhimento conduzidos por psicólogos e médicos. Se informe no seu município as ações que estarão acontecendo e participe!

Curiosidade: por que a escolha da cor amarela?

Tudo começou em 1994 nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, tirou a própria vida. Ele tinha problemas psicológicos mas ninguém da família percebia. Ele foi encontrado sem vida dentro do seu carro, um Mustang 68, que ele havia restaurado e pintado de amarelo um tempo antes.

No velório do jovem, os pais entregaram cartões decorados com fitas amarelas e com a seguinte mensagem: "Se você precisar, peça ajuda". E assim surgiu o movimento de conscientização ao suicídio, que ficou conhecido por lá como Yellow Ribbon.

Referências da notícia

Setembro Amarelo: como está a saúde mental dos jovens?. 27 de setembro, 2024. Blog Hospital Vera Cruz.

Setembro Amarelo começa com conscientização e prevenção ao suicídio. 01 de setembro, 2025. Priscila Thereso.

Setembro Amarelo 2025: saiba como e onde buscar ajuda para prevenir o suicídio. 02 de setembro, 2025. Caroline Leal.