Quati resgatado em Belém recebe nome de cantor famoso e vira atração em bosque centenário
Após ser encontrado com graves fraturas, o animal surpreendeu ao se recuperar e virar estrela no Bosque Rodrigues Alves, com nome inspirado em Nando Reis.

Um filhote de quati ruivo, resgatado com fraturas graves nos membros posteriores, transformou-se em uma das maiores atrações do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. O animal foi encontrado pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) no início do ano e passou por um longo processo de reabilitação.
A resposta do cantor veio por meio das redes sociais, onde ele compartilhou a homenagem com entusiasmo: “Eu nunca recebi uma homenagem que me engrandecesse tanto como ser de um quati ruivo batizado com o meu nome. Já sou padrinho, quero conhecer o meu afilhado.”
Espécie ameaçada e papel ecológico essencial
O quati ruivo é um mamífero silvestre da mesma família do guaxinim. Com focinho alongado, cauda anelada e comportamento sociável, a espécie vive em grupos e se alimenta de frutas, flores, insetos, ovos e pequenos vertebrados. Mede entre 40 e 65 cm, com cauda de até 69 cm e pode pesar até 10 kg. Além disso, exerce papel essencial na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração das florestas amazônicas.

Mesmo sendo comum em boa parte do Brasil, o animal enfrenta ameaça de extinção em regiões como o Rio Grande do Sul, o que torna sua presença em espaços urbanos de conservação ainda mais importante. No Bosque, Nando convive com outros quatis, como Duque e Artemis, todos resgatados de situações de risco e impossibilitados de retorno à natureza.
Bosque centenário em revitalização
Com 142 anos de história, o Bosque Rodrigues Alves segue como referência em conservação ambiental na capital paraense. O espaço abriga cerca de 430 animais provenientes de resgates realizados por órgãos como Ibama, BPA, Semma e Semas. Em seus 15 hectares, mais de 10 mil árvores de 300 espécies nativas criam um ambiente que replica a floresta amazônica no meio urbano.
O local também desempenha papel fundamental na educação ambiental, recebendo pesquisadores, escolas e cerca de 20 mil visitantes mensais. Atualmente em processo de revitalização, o bosque mantém mais de 80% de sua área coberta por vegetação nativa, oferecendo não apenas um refúgio para animais, mas também uma experiência de imersão natural para o público.