Incêndios na Chapada dos Veadeiros são contidos com apoio da chuva e atuação de brigadistas
Após semanas de combate intenso, as chuvas ajudaram a conter os incêndios na Chapada dos Veadeiros, mas um último foco ainda resiste no território Kalunga.

Após dias de intensos incêndios que castigaram a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, a situação começa a apresentar sinais de alívio. As chuvas recentes desempenharam um papel fundamental na redução dos focos ativos, contribuindo para o avanço das estratégias de contenção. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os incêndios já devastaram cerca de 111.720 hectares na região, sendo que 900 hectares foram afetados dentro do próprio Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Embora a maioria dos focos tenha sido controlada, permanece ativo um ponto de incêndio na região de Procópia, localizada no Território Kalunga. Lá, as equipes continuam mobilizadas, atuando com reforço para evitar qualquer possibilidade de reignição. Segundo comunicado oficial do instituto, “os demais focos foram extintos e continuam sob monitoramento”.
Mobilização intensa de brigadistas e instituições ambientais
A gravidade da situação exigiu uma resposta rápida e coordenada de diversos órgãos ambientais e voluntários. A operação de combate ao fogo mobilizou 211 profissionais, entre brigadistas e servidores de diferentes instituições. Participaram da ação integrantes do Ibama/Prevfogo, do próprio ICMBio, da Rede Contra Fogo, além de membros das brigadas Brivac, São Jorge e Cerrado em Pé.
Um dos focos mais preocupantes iniciou nas proximidades do povoado de Cormari, avançando até o parque. Essa frente demandou uma atuação mais intensa por parte das equipes de contenção, principalmente por colocar em risco áreas de preservação ambiental altamente sensíveis e de grande valor ecológico.

A ação das chuvas, aliada à resposta técnica e ao empenho humano, foi determinante para conter o avanço do fogo. Ainda assim, as equipes seguem em alerta, realizando monitoramento constante nas áreas já afetadas, com foco em evitar novos surtos de incêndio.
Risco de novas ocorrências exige atenção redobrada
Apesar da melhora no cenário, especialistas alertam que o fim definitivo da temporada de incêndios ainda não pode ser declarado. A vegetação da região, composta majoritariamente por cerrado seco, é altamente inflamável, especialmente após longos períodos de estiagem. Isso significa que, mesmo com a ocorrência de chuvas, a vigilância deve continuar reforçada.
Além do impacto ambiental, o fogo coloca em risco comunidades locais, como as situadas no território Kalunga, reconhecido por sua riqueza cultural e importância histórica. A atuação das brigadas nesses territórios representa não apenas uma medida de preservação ambiental, mas também uma ação de proteção social e cultural.
A expectativa é que, com a continuidade das chuvas e o empenho das equipes em campo, os trabalhos de controle e prevenção avancem, garantindo a segurança da região nas próximas semanas.