Monitoramento florestal em São Paulo cobre mais de 1,7 milhão de hectares contra incêndios
Para conter queimadas e proteger áreas florestais, São Paulo amplia monitoramento com torres e câmeras, reforçando a prevenção em parceria com o setor ambiental privado.

O estado de São Paulo deu um passo decisivo para evitar que a temporada de queimadas repita os números alarmantes do ano passado. A operação "SP Sem Fogo", conduzida pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), entrou em sua fase vermelha, que vai de junho a outubro, com reforço de tecnologia e parcerias estratégicas. Em 2023, o estado registrou o maior número de incêndios em uma década, cenário que acendeu o alerta para ações mais estruturadas.
Atualmente, mais de 1,7 milhão de hectares são monitorados em tempo real, com o apoio direto da indústria florestal paulista. Esse acompanhamento se estende não apenas a áreas de cultivo de árvores comerciais, mas também a regiões de vegetação nativa e unidades de conservação ambiental, localizadas em cidades como Marília, Brotas, Capão Bonito, Itapetininga, Ribeirão Preto e Mogi Guaçu.
Essa rede de vigilância envolve 69 torres de observação e câmeras de alta definição, capazes de identificar focos de calor rapidamente. Quando um incêndio é detectado, a informação é transmitida de forma ágil para as equipes de combate e também para comunidades rurais próximas, que contribuem com dados locais.
Ações coordenadas para conter focos e prevenir desastres
A estratégia adotada visa antecipar o combate e conter a propagação das chamas logo nos primeiros momentos. Conforme dados da Semil, cerca de 90% dos incêndios florestais registrados no estado têm origem em ações humanas, seja por descuido ou de forma intencional. Situações como queima de lixo, soltura de balões ou o uso irregular do fogo em pastagens são as principais causas das ocorrências.
A cooperação com a Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar) fortalece ainda mais esse esforço. O convênio foi formalizado por meio de um Termo de Cooperação, que permite à entidade ampliar sua atuação em defesa do território florestal e natural do estado.
Sustentabilidade e preparação para debates globais
A Florestar também se prepara para representar os interesses do setor na COP 30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). O evento da ONU reunirá lideranças mundiais para discutir soluções frente às mudanças climáticas e terá a Amazônia como palco central das discussões.
No encontro, a associação pretende reforçar a contribuição das florestas plantadas na redução das emissões de CO₂, além de apresentar modelos sustentáveis de produção de madeira que conciliam crescimento econômico e preservação ambiental.
A participação ativa da entidade nesses debates reforça o papel do setor florestal paulista nas soluções de enfrentamento à crise climática. A vigilância contra queimadas, aliada a práticas sustentáveis, não apenas preserva o bioma local, mas também projeta o estado como exemplo de equilíbrio entre produtividade e responsabilidade ambiental.
Com a temporada seca em andamento e a ameaça de novos recordes de queimadas, São Paulo aposta na integração entre tecnologia, gestão pública e compromisso ambiental como forma de impedir novos desastres ecológicos. O sucesso dessa operação poderá inspirar outras regiões a adotarem estratégias semelhantes nos próximos anos.
Referências da notícia
Oficina das Palavras Comunicação. Mais de 1,7 milhão de hectares são monitorados para detectar focos de incêndio em tempo real. Julho, 2025
Governo de SP. Defesa Civil do Estado realiza entrega inédita de kits de estiagem da Operação São Paulo Sem Fogo. Julho, 2025