Hipervitaminose: Especialistas alertam que a ‘nova moda’ pode trazer riscos; entenda
O uso excessivo de vitaminas coloca pacientes em risco e já leva a internações graves no Brasil. Entenda mais sobre a hipervitaminose e seus riscos à saúde.
Um assunto inundou as redes sociais nos últimos dias… a hipervitaminose, graças a um programa da televisão aberta que abordou o tema recentemente. Mas você sabe do que se trata? Quais os riscos dessa nova “moda”? Entenda mais aqui conosco.
O que é hipervitaminose
A hipervitaminose é uma intoxicação causada pelo excesso de vitaminas no organismo, podendo provocar uma “toxicidade silenciosa”.
Muitas pessoas recorrem ao consumo indiscriminado de suplementos vitamínicos, sem atentar para os riscos que isso pode causar à saúde, e isso sem consultar profissionais adequados. Essa prática parece que “virou moda” entre a população, e já leva a internações graves no Brasil.
As pessoas acreditam em propagandas de suplementos vitamínicos que prometem vários benefícios à saúde, e se automedicam de forma errada, sem passar por avaliação com especialista. E isso pode ter efeitos negativos para a saúde.
Os sintomas
Os sintomas da hipervitaminose variam conforme a vitamina usada em excesso, mas os mais comuns são: náuseas, vômitos, diarreia, dores de cabeça, fadiga, fraqueza, alterações na pele (ressecamento, erupções ou descamação) e dores musculares e articulares.
Classificando por vitaminas, os principais sintomas são:
- Vitamina A: visão turva, danos no fígado, ressecamento da pele com rachaduras, queda de cabelo, dor nas articulações;
- Vitamina D: fraqueza muscular, náuseas, sede e micção excessivas, confusão, calcificações nos tecidos moles;
- Vitamina B6: danos aos nervos periféricos, causando formigamento, dormência e fraqueza muscular;
- Vitamina B12: erupções cutâneas, dor de cabeça, fadiga, náuseas e diarreia;
- Vitamina C: efeito laxante, distúrbios gastrointestinais como diarreia;
Os riscos
Em casos mais graves, quando o organismo recebe uma quantidade de vitaminas acima da sua necessidade, pode gerar lesões em órgãos vitais e sistemas.
Os maiores riscos são aqueles causados justamente aos órgãos, principalmente no fígado, rins e coração. A hipervitaminose também pode causar distúrbios metabólicos como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue) e hipoglicemia (níveis de glicose (açúcar) no sangue muito baixos). E existe ainda a possibilidade de causar problemas neurológicos e no sistema imune da pessoa.
As intoxicações mais frequentes e mais graves estão relacionadas a níveis altos de vitaminas A e D. No caso da A, além dos sintomas citados acima, pode causar hepatite com necrose celular e icterícia. No caso da hipervitaminose D, pode ainda causar perda da função renal e levar à perda óssea, e levar a problemas neuropsiquiátricos, gastrintestinais e cardiovasculares.
Um problema de saúde pública
Os dados são preocupantes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou mais de 200 notificações de problemas com suplementos vitamínicos desde 2024, sendo 28% desses problemas com efeitos graves.
Especialistas da área médica alertam que a prática se tornou um mercado lucrativo e sem respaldo científico, onde milhões de brasileiros utilizam suplementos sem informações adequadas e acabam adoecendo.
Referências da notícia
Hipervitaminose: vitaminas em excesso colocam pacientes em risco e já levam a internações graves no Brasil. 31 de agosto, 2025. Redação G1/Fantástico.
As consequências da intoxicação por vitaminas em excesso. 2025. Marcelo de Valécio.
Hipervitaminose: o alerta de Drauzio Varella no Fantástico sobre o excesso de vitamina. 31 de agosto, 2025. Pablo Olave Brito.