Clima extremo ameaça colheitas no Brasil: quais culturas estão em risco em fevereiro?

O clima extremo de fevereiro de 2025 ameaça as principais culturas agrícolas do Brasil. Chuvas intensas e calor extremo impactam soja, milho, arroz, café e cana. Produtores devem se preparar para minimizar perdas e proteger a produtividade.

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O clima extremo de fevereiro de 2025 desafia a agricultura brasileira. Chuvas e calor afetam soja, milho, arroz, café e cana, exigindo ações para reduzir perdas.

O mês de fevereiro de 2025 será marcado por condições climáticas extremas no Brasil, trazendo desafios para os agricultores em diferentes regiões. A atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) provocará chuvas intensas em partes do Centro-Oeste, Sudeste e Norte, enquanto uma onda de calor castigará o Rio Grande do Sul. Essas oscilações climáticas ocorrem justamente quando diversas culturas estão em estágios críticos de crescimento ou colheita, aumentando o risco de perdas e comprometendo a produtividade nacional.

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Precipitação acumulada até sábado, 8, às 19h, segundo o modelo ECMWF. Destaque para a ZCAS, com acumulados significativos em várias regiões do Brasil.

Mas o que isso significa para os principais cultivos do país? Como os produtores de soja, milho, arroz, café e cana-de-açúcar devem se preparar para enfrentar esse cenário? Neste artigo, analisamos o impacto dessas condições climáticas nos estágios fenológicos dessas culturas e o que pode ser feito para minimizar os prejuízos.

Chuvas intensas e risco de perdas na soja e no milho

As precipitações volumosas causadas pela ZCAS podem beneficiar lavouras que ainda estão em desenvolvimento, mas trazem grandes preocupações para os agricultores que se preparam para a colheita.

No caso da soja, que em fevereiro se encontra majoritariamente nos estágios de enchimento de grãos e maturação em estados como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais

O excesso de umidade pode afetar a qualidade dos grãos, aumentar a incidência de doenças como a ferrugem asiática e dificultar o acesso às lavouras para a colheita. Caso as chuvas se prolonguem, existe o risco de perdas significativas na produtividade.

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A alta umidade pode comprometer a qualidade dos grãos, favorecer doenças como a ferrugem asiática e dificultar a colheita.

O milho, por sua vez, apresenta um quadro misto. No Rio Grande do Sul, cerca de 68% da safra já terá sido colhida até fevereiro, mas a parcela remanescente pode sofrer impactos negativos caso as chuvas sejam excessivas. No Centro-Oeste, onde a segunda safra (safrinha) começa a se desenvolver, a umidade elevada pode ser benéfica para a germinação e o crescimento inicial das plantas. No entanto, tempestades severas podem provocar acamamento, prejudicando o rendimento final.

Café e arroz: entre a umidade excessiva e o calor extremo

A produção de café, especialmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, pode sofrer impactos diretos com as chuvas intensas de fevereiro. O excesso de umidade favorece o desenvolvimento de doenças como a ferrugem-do-cafeeiro, podendo comprometer a qualidade dos frutos em formação. Além disso, chuvas prolongadas podem afetar o enchimento dos grãos e desuniformizar a maturação, o que dificulta a colheita nos meses seguintes e reduz a competitividade do produto no mercado internacional.

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Temperaturas previstas pelo modelo ECMWF para quarta-feira, 5, às 12h. Onda de calor atinge o Sul do Brasil, com máximas acima de 40°C em algumas áreas.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, os produtores de arroz enfrentam um problema oposto: o calor extremo. Em fevereiro, a cultura entra nos estágios finais de enchimento de grãos e maturação, sendo altamente sensível ao estresse térmico.

Temperaturas acima da média podem acelerar a evapotranspiração e reduzir a disponibilidade hídrica, comprometendo a qualidade dos grãos.

Além disso, a exposição a ondas de calor pode afetar a polinização e diminuir os rendimentos, tornando essencial um manejo preciso da irrigação para minimizar as perdas.

Cana-de-açúcar: um impacto duplo na produção

A cana-de-açúcar, cultivada principalmente em São Paulo, Paraná e Alagoas, está em diferentes estágios de desenvolvimento em fevereiro, variando conforme o calendário de plantio adotado pelos produtores. Para lavouras em fase de crescimento vegetativo, as chuvas intensas podem ser benéficas, favorecendo o acúmulo de biomassa e garantindo bons rendimentos na colheita futura.

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A cana-de-açúcar, predominante em São Paulo, Paraná e Alagoas, apresenta estágios variados de desenvolvimento em fevereiro, conforme o calendário de plantio.

No entanto, para áreas onde a colheita já está em andamento, o excesso de precipitação pode trazer complicações. Solos encharcados dificultam o acesso das máquinas agrícolas, reduzindo a eficiência operacional e aumentando os custos de produção. Além disso, altos níveis de umidade podem impactar a qualidade da matéria-prima, reduzindo os teores de sacarose na cana e afetando diretamente a produção de açúcar e etanol.

O mês de fevereiro de 2025 se desenha como um período de grandes desafios para o setor agrícola brasileiro. Enquanto as chuvas da ZCAS podem beneficiar algumas lavouras, como o milho safrinha e a cana em crescimento, elas também aumentam os riscos de doenças e perdas na soja e no café. Já o calor extremo no Sul pode comprometer a produtividade do arroz e exigir maior atenção ao manejo hídrico.

Diante desse cenário, os agricultores precisam estar preparados para tomar decisões rápidas e eficazes. O monitoramento climático, o manejo fitossanitário adequado e o planejamento da colheita serão fundamentais para minimizar os impactos negativos e garantir a estabilidade da produção em um período de forte instabilidade climática. O clima pode ser imprevisível, mas a estratégia certa pode fazer toda a diferença.