Cidades gaúchas registram acumulados de 100 mm e transtornos com a formação de ciclone extratropical

O processo de formação de um novo ciclone extratropical e sua frente fria associada próximo ao Sul do Brasil provocou acumulados da ordem de 100 mm entre a sexta-feira (7) e o sábado (8) em diversas cidades do Rio Grande do Sul, provocando alguns transtornos.

Chuvas Rio Grande do Sul
Várias rodovias no Rio Grande do Sul foram danificadas e interditadas após as chuvas volumosas provocadas pela formação de um ciclone extratropical e sua frente fria entre sexta (7) e sábado (8). Foto: Empresa Gaúcha de Rodovias/ Twitter.

Conforme alertamos nas previsões feitas ao longo da semana, o processo de formação de um ciclone extratropical e sua frente fria associada, próxima a costa da região Sul do Brasil, gerou muita chuva e ventos fortes no estado do Rio Grande do Sul entre o final de sexta-feira (7) e o início desse sábado (8).

Muitas cidades gaúchas, localizadas principalmente na porção central-leste e nordeste do estado, registraram acumulados entre 50 a 100 mm dentro do período de 24 horas, com algumas cidades superando os 100 mm. Esse é o caso de Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, que, de acordo com pluviômetros do INMET, registrou um acumulado de 119 mm. Em Canela, mais no interior do estado, o acumulado chegou a 100,4 mm.

Acumulados de chuva dentro de 24 horas registrados entre sexta-feira (7) e sábado (8) no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Fonte: FUNCEME-INMET.

Devido às chuvas volumosas, um trecho da RS-474 em Santo Antônio da Patrulha, litoral norte, foi interditado durante a madrugada, no mesmo ponto onde havia sido construída uma ponte provisória após os prejuízos provocados pelo forte ciclone extratropical de junho. Outras rodovias, como a RS-494, RS-453, RS-446 e BR-116, também tiveram bloqueios totais ou parciais devido ao acúmulo de água sobre a pista, queda de barreiras, deslizamentos de terra e rachaduras na pista.

Além da interdição de algumas rodovias pelo estado, algumas cidades registraram pontos de alagamento e uma súbita elevação dos níveis dos rios, como ocorreu na cidade de Maquiné, no litoral norte do estado. Apesar disso, não houve relatos de pessoas desalojadas ou desabrigadas.

Felizmente, os acumulados registrados ocorreram conforme o esperado pela Defesa Civil do estado e em alguns locais foi até menos que o previsto, não provocando grandes estragos e danos. A chuva volumosa chegou a assustar alguns moradores, principalmente das regiões mais atingidas pelo ciclone do dia 15 de junho, mas felizmente os efeitos desse ciclone foram bem mais amenos que seu antecessor.

Mais chuvas volumosas na próxima semana

Com o afastamento do ciclone extratropical, já formado sobre o Oceano Atlântico, as chuvas volumosas deixaram o Rio Grande do Sul e passaram a atuar em Santa Catarina. Algumas cidades do sul de Santa Catarina registraram acumulados expressivos de chuva já no início deste sábado, com a passagem do sistema frontal pela região. Pluviômetros automáticos do Cemaden já indicam acumulados da ordem de 100 mm ou mais em cidades no sul catarinense.

O Rio Grande do Sul deverá enfrentar mais dias de chuvas muito volumosas na próxima semana, que poderão provocar novos episódios de inundações e deslizamentos de terra.

No domingo (9) tanto o ciclone quanto sua frente fria já estarão mais afastados do continente, atuando na altura da região Sudeste, onde provocarão uma pequena mudança no tempo, com um aumento de nebulosidade e ocorrência de chuva fraca a moderada. Com isso, grande parte da região Sul, principalmente o Rio Grande do Sul, terá um domingo de tempo mais firme.

Porém, o Rio Grande do Sul segue em alerta até a próxima semana, pois são esperadas mais chuvas volumosas entre segunda (10) e quarta-feira (12), que poderão ser ainda mais volumosas que as registradas neste final de semana. Além das chuvas volumosas já representarem grande perigo, essas chuvas ocorrerão em regiões de solo muito saturado e de rios em níveis elevados, devido aos sucessivos episódios de chuva.

A combinação desses fatores elevará o risco de episódios de inundações e deslizamentos de terra, principalmente no norte do Rio Grande do Sul. Dessa forma, devemos ficar atentos às atualizações das previsões para o estado.