Céu lilás, tornados e destruição: Impactos do furacão Delta

Após atingir o México e a Louisiana, nos Estados Unidos, o furacão Delta trouxe tornados, deixou centenas de milhares de pessoas sem energia e fez o céu ficar lilás. O estado americano estava se recuperando dos impactos do furacão Laura, que atingiu a região a menos de dois meses.

Céu lilás, tornados e destruição: Impactos do furacão Delta
Um dos efeitos mais marcantes da passagem do violento furacão Delta em Louisiana foi o céu de coloração lilás. (Imagem: AccuWeather/Jonathan Petramala)

Após se intensificar rapidamente alguns dias atrás, de maneira somente vista antes no furacão Wilma, de 2005, Delta chegou a formar rajadas de vento de 230 km/h e foi classificado como Furacão de categoria 4 - uma das categorias mais destrutivas, antes de atingir o continente.

A princípio, o furacão atingiu Puerto Morelos, em Quintana Roo, no México, como um furacão de categoria 2, destruindo portos e edifícios próximos à costa. Felizmente, as previsões meteorológicas levaram à evacuação de quase 40 mil pessoas das áreas impactadas antes da chegada do furacão, evitando mortes e prejuízos maiores ao país.

Após o impacto, que trouxe alagamentos e ventos destrutivos, Delta começou a perder intensidade. Ainda assim, enquanto se movia em direção a Yucatán, o furacão foi capaz de formar tempo severo e diversas trombas d’água na região costeira, antes de adentrar o Golfo do México.

Os maiores efeitos do furacão foram sentidos em Louisiana, para onde o furacão se dirigiu após a passagem pelo México. Delta voltou a se intensificar e atingiu a região como um furacão de categoria 2. O Estado ainda se recuperava da passagem do furacão Laura, que atingiu a Louisiana apenas seis semanas antes do furacão Delta.

A grande destruição causada pelos ventos e pelos alagamentos causou quatro mortes e deixou mais de 900 mil pessoas sem energia nos estados de Louisiana, Texas e Mississipi. “Precisamos que as pessoas não se esqueçam de nós”, disse o prefeito de Lake Charles, Nic Hunter, à Associated Press.

"Estaremos em processo de recuperação por meses, talvez até anos após a passagem desses dois furacões. É um acontecimento histórico e sem precedentes”, disse Hunter.

Delta causou pelo menos dez tornados entre a costa do Golfo e a Carolina do Norte, sendo que os tornados formados na Georgia feriram duas pessoas. Além disso, centenas de estradas foram inundadas, dezenas de pontes foram fechadas, árvores foram derrubadas e uma grande quantidade de vida selvagem foi deslocada pela passagem do fenômeno.

O furacão chegou a causar 200 mm de chuva e rajadas de vento de 150 km/h nas regiões afetadas. Além da destruição, o furacão foi a décima tempestade nomeada a atingir os Estados Unidos este ano - quebrando o recorde de 1916, quando nove tempestades haviam atingido o país.

Após sua passagem, o furacão ainda causou mais um fenômeno meteorológico impactante, porém inofensivo: Os céus assumiram uma cor entre o lilás e o roxo intenso durante o pôr do sol da última sexta-feira.

O fenômeno foi causado principalmente pelo aumento na quantidade de partículas no ar, devido às concentrações significativas de vapor associadas à tempestade. O vapor e as partículas causam uma dispersão maior da luz solar que trouxe cores vermelhas e rosas ao céu durante o pôr-do-sol, sob um azul-escuro acima.

Ocasionalmente, se você estiver no ângulo correto, os tons rosas do horizonte são sobrepostos ao azul de cima, fazendo com que o céu assuma colorações próximas ao lilás e ao roxo. A presença de nuvens baixas na direção do pôr-do-sol também auxilia na formação do fenômeno.

Apesar do Furacão Delta ter facilitado e causado a formação do céu lilás, o fenômeno não é exclusivo à passagem de furacões e pode ocorrer em outras situações, inclusive no Brasil, caso condições específicas ocorram na atmosfera.