Bolsonaro retira lesões de carcinoma escamoso; entenda o que é e como tratar o câncer de pele
Médicos confirmaram o carcinoma de células escamosas no ex-presidente, ressaltando que, embora esteja em estágio inicial, a doença pode evoluir caso não haja controle e acompanhamento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu o diagnóstico de carcinoma de células escamosas, um tipo de câncer de pele que, apesar de estar em estágio inicial, demanda acompanhamento regular. A confirmação veio após a retirada de oito lesões cutâneas, realizada no último domingo (14). Duas delas apresentaram resultado positivo, ambas já removidas sem necessidade de tratamento adicional imediato.
De acordo com a equipe médica responsável, o quadro é considerado controlado no momento. Ainda assim, especialistas reforçam que pessoas com pele clara e histórico de exposição solar sem proteção devem redobrar a atenção em relação a esse tipo de doença.
Lesões retiradas e prognóstico
Bolsonaro havia sido internado em Brasília na terça-feira (16), apresentando sintomas como tontura, vômitos e queda de pressão arterial. Após receber hidratação e tratamento medicamentoso, obteve melhora clínica e alta no dia seguinte.
O médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, explicou que as lesões identificadas estavam restritas à epiderme, caracterizando o chamado carcinoma in situ. Segundo ele, essa condição é altamente tratável quando diagnosticada precocemente. “A retirada de uma lesão in situ é considerada curativa. Nesse tipo de caso, não há necessidade de tratamento adicional”, afirmou Birolini.
As áreas afetadas estavam localizadas no tórax e no braço, sem relação com a facada sofrida pelo ex-presidente em 2018. Birolini acrescentou que, embora as lesões atuais tenham sido removidas com sucesso, o acompanhamento periódico será fundamental para evitar complicações futuras.
O que é o carcinoma de células escamosas
O carcinoma de células escamosas é um dos três principais tipos de câncer de pele, ao lado do carcinoma basocelular e do melanoma. Esse subtipo é considerado intermediário, podendo evoluir e gerar complicações caso não seja tratado adequadamente. Ao contrário do melanoma, o mais agressivo entre eles, o carcinoma espinocelular pode ter bom prognóstico se identificado em estágios iniciais.
Segundo publicação da Faculdade de Medicina de Campos (FMC), o carcinoma de células escamosas, quando identificado precocemente, apresenta altas taxas de cura e pode ser tratado de forma relativamente simples. O estudo reforça a importância da prevenção, sobretudo em regiões tropicais, onde a exposição solar intensa é frequente.
Importância do diagnóstico precoce
Embora as duas lesões retiradas tenham sido resolvidas, os médicos ressaltam que novas alterações podem surgir ao longo do tempo. Por isso, a recomendação é que Bolsonaro passe por avaliações periódicas, observando sinais como manchas que não cicatrizam, pintas irregulares, feridas que sangram ou lesões que mudam de cor e tamanho.
Além da remoção cirúrgica, outras alternativas como laserterapia, radioterapia e imunoterapia podem ser aplicadas em casos específicos. No entanto, quando identificado na fase inicial, o tratamento tende a ser mais simples e menos invasivo.
Com a alta hospitalar, Bolsonaro retornou para casa, onde seguirá em prisão domiciliar. O acompanhamento médico continuará de forma ambulatorial, sem necessidade de novas internações no momento.
Referências da notícia
Victória Anhesini. Bolsonaro com câncer de pele: o que é carcinoma de células escamosas? Como se trata? 17 de setembro, 2025.
Faculdade de Medicina de Campos (FMC). Carcinoma de células escamosas cutâneo: diagnóstico e condutas terapêuticas. Revista FMC, 2024.