Animais de estimação como resposta à solidão: por que cada vez mais pessoas estão adotando animais?

Nas últimas décadas, vários países passaram por mudanças sociais e culturais que transformaram as estruturas familiares. Por exemplo, famílias menores e mais animais sendo adotados é uma nova realidade. Entenda melhor aqui.

homem com gato e cachorro no colo
Gato e cachorro estão sendo cada vez mais adotados para fazer parte das famílias.

Nos últimos anos, não só o Brasil como outros países do mundo testemunharam um notável aumento na população de animais de estimação em lares. Além disso, a preocupação com a saúde e o bem estar dos animais também têm aumentado. E isso é bom.

Este fenômeno tem despertado a curiosidade de especialistas, que buscam compreender os motivos por trás dessa tendência crescente. Mas já adiantamos: o aumento no número de adoção de animais tem a ver com a necessidade de companhia e mudanças culturais nas estruturas familiares.

Por que cada vez mais pessoas estão adotando animais?

Os animais de estimação, chamados carinhosamente de pets, estão cada vez mais servindo como companheiros fiéis e fontes de afeto e conforto emocional. Isso tem disparado o número de adoções em diversos países.

Este fenômeno está associado com as novas necessidades afetivas e emocionais de indivíduos e famílias que, cada vez mais, são compostas por poucos membros. Ou seja, famílias mais enxutas, com poucos filhos (ou nenhum) e que acabam adotando animais para a companhia.

A tendência de ter mais animais de estimação está relacionada à humanização dos pets, à necessidade de companhia e ao aumento da conscientização sobre os benefícios da convivência com animais.

A estrutura familiar tem se transformado nos últimos anos. Temos visto a consolidação de famílias com filhos únicos ou pequenas unidades familiares. E os animais de estimação não são mais considerados apenas pets de companhia; agora eles fazem o papel de outro membro da família.

Estes animais são capazes de fornecer atenção constante sem exigir nada em troca. Eles aliviam a nossa solidão e nos proporcionam momentos de bem-estar e afeto.

casal brincando com cachorro
A adoção de pets é uma resposta às novas necessidades afetivas e emocionais de indivíduos e famílias que, cada vez mais, são compostas por poucos membros.

Assim, à medida que as famílias se tornam menores, a presença de animais em casa aumenta, se tornando muito importante para o convívio. Eles se tornam mais um membro da família, uma presença constante que reforça o sentimento de companheirismo e reduz a percepção de isolamento social.

“Com o aumento da urbanização e a diminuição do tamanho médio das famílias, os animais de estimação têm ocupado um espaço cada vez mais importante nos lares brasileiros, servindo como companheiros fiéis e fontes de afeto e conforto emocional”, explica a médica-veterinária Dorie Zattoni.

Pets brasileiros em números

Segundo o último índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, as populações de cães e gatos no Brasil eram estimadas em 54 milhões e 24 milhões, respectivamente.

A pesquisa Radar Pet 2020 feita para a Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), revelou que o Brasil deve chegar a 101 milhões de pets em 2030 (aumento de 26% em relação à 2019): 70,9 milhões de cães e 41,6 milhões de gatos em lares 26% de aumento em relação à 2019 . A pesquisa, divulgada em 17 de setembro de 2020, foi encomendada pela Comac e desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas.

Ainda segundo esta pesquisa, mais da metade dos lares brasileiros conta com cães ou gatos: são cerca de 53% dos domicílios. Dentro desse percentual, 44% são habitados por cães e 21% por gatos. A média de pets por casa é 1,72 no caso de cães e 2,01 para gatos.

Referências da notícia

¿Por qué tenemos cada vez más mascotas?. 31 de março, 2025. Joan Tahull Fort.

Entenda os motivos do crescimento de animais domésticos no Brasil. 07 de maio, 2024. Revista Cães e gatos/Redação.

Cães e gatos domésticos serão 101 milhões no Brasil em 2030. 21 de dezembro, 2020. Revista Pet Center.