Você sabia que os efeitos das mudanças climáticas podem provocar cegueira?

Pessoas tendem a apresentar mais chances de desenvolver problemas na visão, e até mesmo cegueira, devido aos efeitos das mudanças climáticas! Como isso é possível?

Mudanças climáticas e os efeitos na visão
Equipe de pesquisa da Universidade de Toronto encontraram relação entre os efeitos das alterações climáticas e a visão humana.

O mundo acaba de ter a semana mais quente já registrada, afirmou a Organização Meteorológica Mundial após registrar o mês de junho mais quente de todos os tempos.

Temperaturas acima do normal afetam o ecossistema, derretimento das geleiras, mas também causam problemas na saúde humana. Recentemente, foi publicado um estudo científico, na Ophthalmic Epidemiology, com evidências de como a mudança climática pode aumentar a deficiência visual.

Mudanças climáticas vs Saúde humana

Já sabemos que a mudança climática é ruim para o planeta e que seus efeitos são inegáveis. O planeta está ficando mais quente e suas consequências negativas para a humanidade só se tornarão mais visíveis.

O estudo que envolveu 1,7 milhão de pessoas constatou que os idosos que vivem em regiões dos EUA com temperaturas médias de 15,5 graus Celsius, têm maior probabilidade de sofrer de cegueira ou dificuldade de enxergar, mesmo com óculos.

Agora, novas evidências indicam como a mudança climática pode aumentar a deficiência visual.

A ligação entre deficiência visual e temperatura média do condado é muito preocupante se pesquisas futuras determinarem que a associação é causal.

“Será importante monitorar se a prevalência de deficiência visual entre os adultos mais velhos aumenta no futuro", disse Esme Fuller-Thomson, coautora do estudo e diretora do Instituto de Curso de Vida e Envelhecimento da Universidade de Toronto.”

Visão prejudicada pelas alterações climáticas

Em comparação com municípios com temperaturas médias inferiores a 10 graus Celsius, a probabilidade de deficiência visual grave aumentou com o aumento das temperaturas.

Isso foi 14% entre os residentes com temperaturas médias entre 10 e 12 graus Celsius e 24% mais alto em locais onde as temperaturas médias caíram entre 12 e 15 graus Celsius.

Para pessoas que vivem em climas mais quentes, as alterações de perda de visão são 44% maiores!

A equipe acredita que isso pode ser causado pelo aumento da exposição à luz ultravioleta, poluição do ar, infecções e degradação do ácido fólico devido ao aumento das temperaturas.

A ligação foi mais forte entre pessoas com idades entre 65 e 79 anos em comparação com aquelas com 80 anos ou mais. Essa tendência também foi mais notável entre os homens do que entre as mulheres. Mesmo assim, os cientistas não têm certeza sobre a correlação.

O El Niño está apenas começando!

O calor no Atlântico Norte é causado por padrões climáticos de curto prazo e mudanças de longo prazo nos oceanos, disse a OMM, referindo-se ao serviço europeu de monitoramento climático Copernicus. O El Niño está apenas começando no Oceano Pacífico tropical, de acordo com a OMM, e deve aumentar as temperaturas no final do ano e em 2024.

Na Europa, a Espanha está se preparando para uma segunda onda de calor em questão de semanas, com temperaturas chegando a 44 graus Celsius no sul.

Na América do Norte, o Ministério de Recursos Naturais do Canadá disse na semana passada que o número de incêndios florestais no país está "fora das tabelas", com 670 registrados na sexta-feira (7), com a fumaça afetando mais de 100 milhões de pessoas no Canadá e nos Estados Unidos.

Além do calor extremo, a má qualidade do ar também pode aumentar o risco de vários problemas de saúde, incluindo asma, redução pulmonar, infecções respiratórias e alergias, segundo relatório da European Environment Agency (EEA).

A má qualidade do ar também pode agravar condições crônicas como a asma, que atinge 9% das crianças e adolescentes na Europa, bem como aumentar o risco de algumas doenças crônicas mais tarde na idade adulta.

O material particulado fino, principalmente de carros e caminhões e que pode penetrar profundamente nos pulmões, é considerado o pior poluente do ar, seguido pelo dióxido de nitrogênio e ozônio.