Organismos terrestres podem sobreviver em Marte!

Este novo estudo, realizado por cientistas da NASA e do Centro Aeroespacial Alemão, provou que alguns organismos terrestres seriam capazes de sobreviver temporariamente no planeta vermelho. Para desenvolver este estudo, eles enviaram várias amostras de microorganismos e fungos à estratosfera da Terra, cujas condições são as mesmas de Marte.

Muitas potências mundiais estão pesquisando sobre Marte. Este estudo é essencial pois permite determinar se a vida terrestre pode resistir a um ambiente Marciano, tendo em vista as futuras explorações espaciais.

Viagem à estratosfera da Terra

As condições Marcianas não podem ser encontradas e reproduzidas na Terra, exceto na estratosfera média do nosso planeta, onde as condições são notavelmente semelhantes àquelas encontradas em Marte. Foi em 2019 que cientistas lançaram esses micróbios na estratosfera em um MARSBOx - Microbes in Atmosphere for Radiation, Survival and Biological Outcomes - um "contêiner" que simula as condições e a pressão da atmosfera Marciana.

Este contêiner continha duas partes de amostras, a camada inferior era protegida contra a radiação, enquanto a outra camada não era protegida. "Isto nos permitiu separar os efeitos da radiação de outras condições testadas: dessecação, atmosfera e flutuações de temperatura durante o vôo", relata Marta Filipa Cortesão, primeira co-autora deste estudo no Centro Aeroespacial Alemão, em Cologne.

Os resultados mostraram que os esporos do fungo do bolor negro sobreviveram temporariamente à radiação ultravioleta muito alta. Os pesquisadores também descobriram que esses esporos poderiam ser revividos assim que retornassem à Terra: "Embora nem todos os micróbios tenham sobrevivido à viagem, um micróbio já detectado na Estação Espacial Internacional, o bolor negro Aspergillus niger, pôde ser ressuscitado depois que retornou à Terra", de acordo com Katharina Siems, co-autora do estudo.

Futuras missões de exploração

Seja na Lua ou no Planeta Vermelho, a NASA deve evitar a contaminação humana, garantindo que estes microorganismos não tenham viajado juntamente com cientistas, a fim de proteger nosso sistema planetário. Após a expedição Perseverance, algumas potências mundiais já se consideram as primeiras a enviar um homem a Marte.

Este trabalho aprofunda a compreensão da ameaça que esses micróbios podem representar para as missões espaciais: "Com missões de longa-duração a Marte, precisamos saber como os microorganismos associados aos humanos sobreviveriam no planeta vermelho, pois alguns podem representar um risco para a saúde dos astronautas", afirma Katharina Siem.

A co-autora do estudo sublinha: "Certos micróbios podem ser de valor inestimável para a exploração espacial. Eles podem nos ajudar a produzir alimentos e materiais independentemente da Terra."