A Grande Mancha Vermelha de Júpiter está diminuindo

O novo registro feito pelo telescópio Hubble confirma o que cientistas têm observado nos últimos anos: a Grande Mancha Vermelha de Júpiter está encolhendo! Se essa tendência continuar, a maior tempestade do sistema solar poderá desaparecer nos próximos 20 anos!

Nova imagem do planeta Júpiter e sua grande mancha vermelha, tirada pelo telescópio Hubble no dia 27/06. Créditos da imagem: NASA, ESA, A. Simon e M.H. Wong.

O Telescópio Hubble no dia 27 de junho de 2019 registrou uma nova foto do planeta Júpiter, revelando novos detalhes sobre o misterioso gigante gasoso! A foto, além de evidenciar a incrível paleta de cores dos turbilhões de nuvens que caracterizam a atmosfera de Júpiter, revela que a marca registrada do planeta, a Grande Mancha Vermelha, continua a diminuir!

As observações de Júpiter são feitas a séculos, porém, a primeira observação confirmada da Grande Mancha Vermelha ocorreu em 1831. Desde então ela vem sendo monitorada, com um registro ininterrupto de pelo menos uma observação por ano desde 1878. Desde o início desses registros, cientistas detectaram que a mancha tem diminuído ao longo dos anos. Em alguns momentos ao logo da história, como por volta de 1920, a mancha apresentou um pequeno aumento temporário, porém a tendência principal é de diminuição.


Mas por que a mancha está diminuindo? Este ainda é um grande mistério! As causas podem estar relacionadas a dinâmica interna da mancha ou a fatores externos. O que os cientistas sabem até o momento é que enquanto a mancha fica menor em área ela tem ganhado altura, como se estivesse se esticando verticalmente. Além disso, desde 2014 a mancha tem ganhado tons ainda mais alaranjados

Além da redução de sua área, a mancha está se “despedaçando”, com pequenos vórtices se desprendendo de sua forma principal. Dessa forma, se o atual nível de encolhimento se manter, em menos de 20 anos a Grande Mancha poderá se tornar uma mancha muito menor ou até mesmo desaparecer.

O que é a Grande Mancha Vermelha?

A Grande Mancha Vermelha é uma grande tempestade anticiclônica (giro anti-horário), semelhante ao que seria um gigantesco furacão na Terra. A tempestade possui um formato oval e gira em torno de si mesma num período de 6 dias, entre duas bandas de nuvens que se movem em direções opostas.

Com 16 350 quilômetros de largura, a grande Mancha Vermelha de Júpiter é 1,3 vezes a largura da Terra. Créditos da Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Christopher Go.

Na terra os furacões crescem e se desenvolvem sobre os oceanos e se dissipam logo após chegarem ao continente, mas como Júpiter não possui uma superfície para criar o atrito necessário para retardar ou dissipar as tempestades, elas duram séculos! No caso da Grande Mancha, apesar dos registros datarem de 1830, acredita-se que a tempestade tenha mais de 350 anos! Assim como um furacão, seu centro é relativamente calmo, mas os ventos são da ordem de 400 a 700 km/h em sua borda!

Houve um período em que dentro da dimensão da mancha caberiam 3 Terras e ainda sobraria espaço, hoje em dia só caberia 1 Terra. Porém, ela continua sendo a maior tempestade do nosso sistema solar.

O fascinante gigante gasoso

Júpiter é o maior planeta do sistema solar, com aproximadamente 143 mil quilômetros de largura em seu equador. Júpiter é tão grande que todos os planetas do sistema solar caberiam dentro dele! É um planeta gasoso, ou seja, não é composto primariamente por matéria sólida. Ele é composto principalmente de hidrogênio e, em quantidade menor, hélio.

O planeta é coberto por grandes nuvens vermelhas, marrons, amarelas e brancas, que formam um belo padrão de listras. Em suas nuvens as temperaturas são da ordem de -145°C, porém, próximo ao núcleo do planeta, as temperaturas podem chegar a 24 000°C, o que é mais quente que a superfície do Sol!