É verdade que o eclipse mais longo da história será visto no Brasil? Nossa especialista Roberta Duarte explica
Qual será o eclipse mais longo da história e quando acontecerá? NASA revela detalhes de cálculos que preveem eclipse.
Um eclipse acontece quando um objeto fica entre dois outros e ofusca temporariamente a luz de uma. Um eclipse solar ocorre quando a Lua é o objeto que fica entre a Terra e o Sol fazendo com que a luz solar seja bloqueada parcialmente ou totalmente em algumas regiões do planeta. Em média, ocorrem de 2 a 5 eclipses solares por ano, mas a visibilidade depende de diversos fatores, como a posição em relação ao alinhamento entre Sol, Lua e Terra.
A duração de um eclipse solar total é relativamente curta porque a sombra da Lua, conhecida nesse caso como umbra, é pequena em relação ao tamanho da Terra. Além disso, o alinhamento se move rapidamente devido ao movimento orbital da Lua e à rotação da Terra. O tempo médio de duração é de cerca de 2 a 3 minutos, embora possa chegar a 6 ou 7 minutos em alguns casos onde o alinhamento é perfeito.
O eclipse solar total mais longo já registrado ocorreu em 22 de julho de 2009 e teve uma duração máxima de 6 minutos e 39 segundos. Esse eclipse foi visível principalmente no Oceano Pacífico e partes da Ásia. Em agosto de 2027, acontecerá um que durará cerca de 6 minutos e 23 segundos. No entanto, o mais longo da história é estimado que irá durar mais de 7 minutos e poderá ser visto do Brasil.
Eclipse Solar
O eclipse solar ocorre quando a Lua fica entre a Terra e o Sol em um alinhamento quase perfeito. Dependendo do ângulo de alinhamento, o bloqueio pode ser parcial ou total da luz solar em algumas regiões do planeta. Existem três tipos de eclipses solar: total, quando o Sol é completamente encoberto, parcial, quando apenas parte do Sol é ocultada e anular, quando a Lua cobre o centro do Sol, deixando um anel brilhante ao redor.
O eclipse solar na Terra é um fenômeno curioso porque o tamanho aparente do Sol e da Lua no céu são semelhantes. Dessa forma, a Lua consegue tampar completamente o Sol em eclipses totais. Eclipses em outros planetas, como Marte, não oferecem esse fenômeno visual porque o tamanho das luas e do Sol no céu são diferentes. O eclipse anular acontece quando a Lua está em um ponto mais distante parecendo ligeiramente menor.
Por que eclipses são importantes para a Ciência?
Apesar de serem fenômenos visíveis interessantes para todos os públicos, eclipses solares também são importantes dentro da Ciência. Elas são importantes para estudar a camada mais externa do Sol chamada de coroa solar. Com a Lua ofuscando o brilho do Sol, é possível observar ejeções de massa coronal e outros fenômenos que acontecem na parte mais externa. Eclipses são importantes até para testar modelos físicos como foi o caso da Relatividade Geral.
Um dos eclipses mais importantes foi o eclipse solar total de 29 de maio de 1919 que foi observado em Sobral, no Ceará. Esse eclipse tornou possível testar a Teoria da Relatividade Geral que havia sido proposta anos antes pelo físico Albert Einstein. Durante o fenômeno, foi possível medir o desvio da luz de estrelas causado pela curvatura do espaço-tempo devido a massa do Sol. Os resultados confirmaram a previsão de Einstein e forneceram uma das primeiras evidências experimentais da teoria.
Eclipse de 2009
No entanto, eclipses solares são relativamente rápidos e duram apenas alguns minutos. O eclipse solar mais longo já registrado foi o que aconteceu em 22 de julho de 2009 com duração máxima de 6 minutos e 39 segundos. Essa duração aconteceu próximo das Ilhas Bonin, no Oceano Pacífico. Esse eclipse também pôde ser observado em uma faixa que atravessou partes da Índia, Nepal, Butão, China, Japão e regiões do Pacífico.
Além de seu valor científico, o eclipse de 2009 também quebrou outro recorde porque foi o eclipse que mais pessoas puderam observar. Ao todo, estima-se que mais de 2 bilhões de pessoas acompanharam o eclipse na região asiática. Esse eclipse foi importante para que instituições e agências espaciais fizessem campanhas de divulgação científica. Por ter sido o mais longo, diversos registros ajudaram a entender melhor a dinâmica da coroa solar.
Qual será o mais longo?
Diversas agências e grupos de pesquisa possuem modelos computacionais precisos de como é a dinâmica da Terra e Lua em relação ao Sol. Com esses modelos, é possível prever os próximos eclipses e até mesmo a duração de cada um deles. Segundo modelos da NASA, o eclipse com maior duração acontecerá no dia 16 de julho de 2186. Um dos motivos para isso é que ele ocorrerá apenas três minutos antes do ponto de maior proximidade da Lua com a Terra fazendo com que a Lua pareça ainda maior no céu.
Esse eclipse será o mais longo eclipse solar total dos 6.326 eventos calculados entre os anos 4000 a.C. e 6000 d.C.. Ele atingirá um máximo de 7 minutos e 29,22 segundos de totalidade. Ele cruzará regiões como o norte da América do Sul incluindo o Norte do Brasil que poderá observar esse fenômeno. A longa duração será resultado de uma combinação rara de fatores: a Terra estará próxima do afélio, a Lua estará no perigeu, o eclipse ocorrerá próximo ao equador e perto do ponto de maior proximidade da Terra ao Sol e à Lua.