Novo satélite SWOT: quais as descobertas por trás da nova missão da NASA?

Cientistas apontam que o novo satélite SWOT, que deve operar por três anos, será capaz de medir o ciclo global da água e os redemoinhos de absorção de carbono, com detalhamento jamais visto anteriormente.

Nova missão da NASA
Pesquisadores afirmam que a mudança gerada pelo novo satélite será bastante intensa.

Os redemoinhos presentes na água, que variam até centenas de quilômetros de diâmetro, dividem grandes correntes oceânicas e misturam calor e dióxido de carbono em camadas oceânicas mais profundas.

Apesar de sua importância no comportamento energético oceânico, os redemoinhos não são facilmente detectados pelas imagens de satélites normais, exceto quando eles arrastam consigo uma enorme quantidade de fitoplâncton verde, deixando rastros.

Porém, isso tende a mudar com o satélite Surface Water and Ocean Topography (SWOT), já que uma de suas propostas consiste em focar no fluxo de rios e lagos. O satélite de aproximadamente US$1.2 bilhão está previsto para ser lançado em um foguete SpaceX Falcon 9 da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, depois da segunda quinzena de dezembro.

O SWOT possui um altímetro que tem a capacidade de medir a altura da superfície da água com a precisão de apenas alguns centímetros, permitindo aos pesquisadores a observação dos detalhes que acontecem nos corpos d’água.

O SWOT nos ajudará na compreensão do funcionamento do ciclo da água no Ártico e na África, por exemplo, lugares onde não temos dados disponíveis” - diz Tamlin Pavelsky, hidrologista da Universidade da Carolina do Norte e co-líder da equipe de ciências de água doce da SWOT.

De acordo com Rosemary Morrow, oceanógrafa física do Laboratório de Estudos Espaciais, Geofísicos e Oceanográficos de Toulouse, na França, é como se esse projeto tivesse a capacidade de “colocar um par de óculos” sobre os processos oceânicos. Um dos objetivos é conseguir capturar redemoinhos tão pequenos quanto sete quilômetros de diâmetro.

O SWOT, em terra, será capaz de mapear a mudança de milhões de lagos - desde as lagoas até os Grandes Lagos - ao mesmo tempo em que captura os fluxos dos rios com metros de largura.

A NASA e o CNES, por cerca de 40 anos, lançaram diversos satélites que utilizam pulsos refletidos de radar para medir protuberâncias e ondulações do oceano, além de correntes de grande escala. Esses instrumentos monitoram o aumento do nível do mar global, conhecido por ser um indicador básico de mudanças climáticas. No entanto, a resolução espacial desses satélites são muito grosseiras para detectar os pequenos redemoinhos.

Já o SWOT foi desenvolvido para ter uma visão mais nítida, devido às antenas que capturam os reflexos dos pulsos SWOT do sinal de radar na superfície da Terra, com resolução que trazem à vista os redemoinhos menores.

Quais serão as principais conquistas adquiridas com o SWOT?

Por meio dessas observações precisas, os hidrólogos terão embasamento para analisar o comportamento sazonal de rios e lagos, e como fatores climáticos, como El Niño, afetam esses ritmos. Os ecologistas marinhos conseguirão mapear como uma barragem ou açude, por exemplo, influenciam nos habitats aquáticos dos principais rios do mundo. .

As mudanças podem servir como indicadores dos níveis de água, permitindo que os pesquisadores continuem acompanhando os fluxos do planeta.

Também será possível verificar as ondulações das águas rasas e profundas de um rio, além de acompanhar as águas das enchentes conforme elas se movem rio abaixo. Nas costas o SWOT fornecerá imagens detalhadas de como o aumento do nível do mar interfere na inundação costeira.

Ele também estudará outra ameaça potencial às regiões costeiras: pequenos redemoinhos que podem aquecer as águas próximas, alimentando furacões mais fortes. Todas essas questões são importantes!