Marca brasileira oferece produtos de limpeza ecológicos e com preços de mercado

Alergia a químicos de marcas tradicionais e curiosidade sobre a origem dos produtos levou empreendedora a criar a positiv.a, empresa que investe em matérias-primas sustentáveis e acessíveis.

Produtos de limpeza da marca são feitos com insumos biodegradáveis. Crédito: Divulgação positiv.a
Produtos de limpeza da marca são feitos com insumos biodegradáveis. Crédito: Divulgação positiv.a

“Inovação” e “sustentabilidade” são termos muito em voga no mercado, resultado de uma gradual mudança de mentalidade dos consumidores frente a um mundo em transformação pela crise climática. Porém, aplicar esses conceitos em larga escala ainda parece uma realidade um tanto distante. Especialmente na indústria da limpeza, segmento marcado por uma cadeia de produção poluidora e o intenso uso de corantes químicos. Diante desse cenário, há quase dez anos, foi criada a positiv.a, uma empresa brasileira de produtos de limpeza e autocuidado e com compromisso social e ecológico.

A positiv.a nasceu da inquietação de Marcella Zambardino, cofundadora e gerente de impacto da marca. Designer de moda por formação, aos 26 anos, ela decidiu mudar de área e se voltar a um outro tipo de consumo, voltada à consciência ambiental e à saúde das pessoas. Ao olhar para o mercado nacional de limpeza, ela se viu confrontada com opções de produtos limitadas, pouco atrativas e sustentáveis.

“Quando eu chegava no corredor dos supermercados aqui, eu não queria nada daquilo. Eu achava as embalagens muito feias, com as cores gritando, o cheiro muito ruim dos produtos. Me fazia mal”, afirma a empresária em entrevista para um podcast do Uol Ecoa.

O mal-estar de Marcella também estava associado a sintomas físicos: desde os 15 anos, ela apresenta sinais de alergia a detergentes e tem dores de cabeça causadas pelo cheiro artificial de produtos de limpeza.

“Quando eu comecei a investigar essa indústria aqui no Brasil e no mundo, mas principalmente aqui, eu entendi que tinham quatro grande empresas multinacionais, e uma nacional, com marcas, cada produto com uma função e um nome, fórmulas muito parecidas, todas usando petróleo, todas olhando pra margem (de lucro) que vão deixar para o fabricante, e não para a saúde das pessoas e nem da água”, conta.“Quando eu olhei pra fora do Brasil, eu vi que já tinha um mercado muito mais aquecido”.

Marca tem a proposta de unir sustentabilidade com acesso

Empresa quer promover acesso à produtos sustentáveis no mercado de limpeza e bem-estar. Crédito: Draft
Empresa quer promover acesso à produtos sustentáveis no mercado de limpeza e bem-estar. Crédito: Draft

Junto de dois sócios, a empreendedora fundou a positiv.a em 2016. A marca oferece um portfólio de 70 produtos de limpeza e bem-estar, aliando eficiência, insumos biodegradáveis e produção sustentável. Grande parte das matérias-primas são orgânicas, fornecidas por produtores da agricultura familiar.

“Um dos grandes diferenciais da positiv.a é a maneira como criamos nossos produtos, ou melhor, COCRIAMOS em rede. Com quem está no campo e cuida todos os dias da terra, da água e do ar, junto com quem está na cidade querendo inovar sempre. Contra o desperdício e a favor do movimento circular. Valorizamos o que é local, artesanal e que cuida de todas as formas de vida”, declara a empresa.

Uma das metas principais da positiv.a é oferecer preços acessíveis para o grande público, retirando os produtos ecológicos das prateleiras nichadas do alto consumo. Em 2024, a empresa fechou o ano com 67% de seu portfólio na mesma faixa de preço das marcas de limpeza populares no mercado.

"Eu tenho um sabonete 100% vegetal que hoje custa o mesmo que um sabonete que tem petróleo. Eu tenho um tira-manchas que custa a mesma coisa que o mais vendido do país", diz Marcella Zambardino. “Quando a gente consegue colocar o preço igual, nós damos a opção da escolha para a pessoa. Quando nós damos a opção da escolha e o [público] consome isso de forma recorrente [...], você gera impacto socioambiental de maneira significativa”.

Referência da notícia

Uol Ecoa. Alergia a produtos de limpeza fez empreendedora criar marca ecológica. 2025