Fundo Florestas Tropicais para Sempre atinge US$ 5,5 bilhões e reforça compromisso global com a conservação

Iniciativa proposta pelo Brasil e administrada pelo Banco Mundial atrai grandes aportes de países como Noruega, Indonésia e França e promete revolucionar o financiamento climático sustentável.

O TFFF visa mobilizar aproximadamente US$ 125 bilhões em recursos ao longo do tempo. Crédito: Acervo MMA / Perfil Brasil
O TFFF visa mobilizar aproximadamente US$ 125 bilhões em recursos ao longo do tempo. Crédito: Acervo MMA / Perfil Brasil

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF) alcançou US$ 5,5 bilhões em compromissos financeiros, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (6). A iniciativa, proposta pelo Brasil e administrada pelo Banco Mundial, busca criar um mecanismo financeiro permanente para a conservação das florestas tropicais.

O maior aporte individual foi o da Noruega, que se comprometeu com US$ 3 bilhões. Outros países também confirmaram contribuições significativas: Brasil e Indonésia destinaram US$ 1 bilhão cada, enquanto a França confirmou um aporte de US$ 500 milhões. Portugal e Holanda devem participar com valores menores voltados à operação do fundo, e a Alemanha avalia seu investimen.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, o fundo já atingiu 50% da meta de aportes prevista para o primeiro ano de funcionamento, reforçando o papel do Brasil na articulação internacional pela preservação ambiental.

Estrutura financeira inovadora

O TFFF foi concebido como um fundo de investimento de renda fixa, em vez de um modelo tradicional de doações. A proposta é gerar lucros por meio de aplicações em ativos seguros e sustentáveis, com os rendimentos sendo utilizados para remunerar países que mantêm suas florestas em pé.

O objetivo é mobilizar cerca de US$ 125 bilhões ao longo do tempo, combinando aportes públicos e privados com a emissão de títulos no mercado financeiro. A metodologia de alavancagem permitirá multiplicar o capital inicial, tornando o fundo uma ferramenta inovadora no combate ao desmatamento.

O diferencial do modelo está na distribuição dos ganhos: a diferença entre o rendimento obtido e o valor pago aos investidores será revertida em pagamentos anuais aos países detentores de florestas tropicais, de acordo com a área conservada. Pelo menos 20% dos recursos serão destinados a povos indígenas e comunidades locais, e o fundo é proibido de investir em combustíveis fósseis.

Liderança brasileira e metas globais

O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, destacou que o combate ao desmatamento é essencial para frear as mudanças climáticas e preservar a biodiversidade. O país nórdico condicionou seu aporte a que o fundo alcance US$ 10 bilhões e a que sua participação não ultrapasse 20% do total.

Floresta Amazônica, maior Floresta tropical do mundo. Foto: Audiovisual/G20
Floresta Amazônica, maior Floresta tropical do mundo. Crédito: Audiovisual/G20

Para o Brasil, o TFFF representa um instrumento estratégico de diplomacia climática. O governo vê o fundo como peça central nas negociações da COP30, que será realizada em Belém, e como símbolo da liderança brasileira em soluções financeiras sustentáveis.

Lançado oficialmente em Belém, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre pretende estabelecer uma fonte duradoura de financiamento para a conservação das florestas, tratando a preservação ambiental como um ativo global e um investimento no futuro do planeta.

Referências da notícia

Portal Terra. Fundo Florestas Tropicais para Sempre alcança US$ 5,5 bilhões em investimentos. 2025