COP28 sobre Mudanças Climáticas: as principais informações e a importância do evento que começa neste 30 de novembro

A partir de amanhã, 30 de novembro, líderes mundiais se reúnem para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Descubra conosco as principais informações sobre o evento e qual a sua importância para o futuro do planeta.

COP28: o que é, onde e até quando ocorrerá?

Primeiramente, vale ressaltar que ‘COP’ é a sigla em inglês de ‘Conference of the Parties’, que corresponde à instância que, desde 1995, reúne todo ano os países que estão vinculados ao principal acordo internacional que trata da mudança do clima, a Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança Climática.

Logo, a COP28 é a 28ª reunião anual da conferência, que ocorrerá na Expo City, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, iniciando amanhã (30 de novembro) e estendendo-se até o dia 12 de dezembro.

Quem irá participar?

Participarão 197 países, além de governos locais e organizações não governamentais (ONGs), bem como acompanhamento de empresas do setor privado e jornalistas. Também grupos comunitários, instituições de caridade ambientais e grupos religiosos. Espera-se a presença de mais de 70.000 pessoas no evento deste ano.

Os presidentes dos Estados Unidos da China não deverão comparecer, mas ambos os países estarão representados. O Brasil é considerado indispensável nas discussões devido a importância da floresta Amazônica; o país se fará presente e terá uma comitiva de pelo menos treze ministros de estado no evento.

O que será discutido na reunião

Os líderes mundiais irão discutir o combate às mudanças climáticas provocadas pelo homem e formas de adaptação ao aumento das temperaturas globais.

O grande desafio da COP28 é avançar significativamente na adoção de medidas que levem à redução efetiva da exploração e utilização de petróleo e gás natural, os chamados combustíveis fósseis, que são as fontes de energia responsáveis pelo aquecimento climático.

Especificamente, a agenda tratará as questões:

• Acelerar a mudança para fontes de energia limpas, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa antes de 2030;

• Distribuir dinheiro para a ações climáticas dos países mais ricos para os mais pobres, e trabalhar em um novo acordo para as nações em desenvolvimento;

• Focar na natureza e nas pessoas;

• Tornar a COP28 a "mais inclusiva" de todas;

A polêmica do evento

O aspecto controverso que está chamando a atenção é o fato da conferência ocorrer nos Emirados Árabes, região que é justamente uma das maiores produtoras de petróleo do mundo. O governo nomeou o presidente-executivo da empresa petrolífera estatal (a Abu Dhabi National Oil Co.), o Sultão Ahmed Al-Jaber, como o responsável pela presidência da reunião.

Isso levou vários ativistas ambientais a questionarem se ele poderia permanecer imparcial à medida que as negociações são feitas ao longo da conferência. Perguntam-se se isso acarretará em um retrocesso no combate ao aquecimento global ou, pelo contrário, um maior comprometimento dos países produtores de petróleo com a adoção de novas medidas para frear o uso desse combustível.

Porém, Al-Jaber falou anteriormente que está muito bem colocado para pressionar a indústria do petróleo e do gás a adotar medidas e que, como presidente da empresa de energias renováveis Masdar, também supervisionou a expansão de tecnologias limpas, como a energia eólica e solar. E nesta quarta-feira (29), ele negou querer usar a sua posição para promover os projetos petrolíferos do seu país no exterior.

Por que a COP28 é tão importante?

Em um ano marcado por vários recordes climáticos e que caminha para ser o mais quente da história da humanidade, o que o mundo espera da COP28 são ações efetivas. Espera-se que a reunião ajude a manter o objetivo de limitar a 1,5ºC o aumento da temperatura média global a longo prazo, que era o objetivo estabelecido no Acordo de Paris em 2015 (o aquecimento a longo prazo atualmente está em cerca de 1,2ºC).

A COP28 deve ser um ponto de virada, onde os países não só decidirão sobre quais ações climáticas devem ser tomadas, mas também como realizá-las. As decisões que serão adotadas pelos países poderão se destacar como o resultado mais importante após a Conferência de Paris de 2015.

Após o evento, os países terão até 2025 para apresentar novos planos nacionais para combater as mudanças climáticas, o que determinará verdadeiramente se o mundo está indo na direção certa.