Chuvas isolam moradores em construções condenadas durante a quarentena

A ordem do governo no atual cenário de pandemia devido ao coronavírus é que todos devem ficar em casa. Contudo, moradores da Baixada Fluminense enfrentam problemas para se abrigarem devido às chuvas que condenaram suas residências.

Construções condenadas no Rio de Janeiro agrava situação de isolamento.
Após as chuvas de Março, famílias se abrigam em casas em situação de risco em Magé, Baixada Fluminense. Fonte: Folhapress.

No início do mês de Março de 2020, o Rio de Janeiro registrou chuvas intensas que provocaram muitos alagamentos, desabamentos e a interdição de várias casas na Baixada Fluminense. Na época, a defesa civil comunicou as famílias que as construções estavam condenadas e que em Abril haveria um retorno das autoridades. De acordo com os moradores, não foi possível obter ajuda do governo uma vez que o atendimento do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) foi suspenso devido a quarentena.

As famílias, então, têm se aglomerado em casas condenadas com risco iminente de desabamento. De acordo com o levantamento sobre adensamento populacional da série Infográficos da Desigualdade, realizado pela Casa Fluminense, existem cerca de 6.800 casas com mais de três moradores por quarto em Magé. Muitas destas casas não possuem infraestrutura sequer para lavar as mãos e isso traz grandes perigos de contaminação pela facilitação do espalhamento de doenças.

Além da aglomeração em meio ao surto de coronavírus e das condições precárias das residências, um ciclone extratropical se formou no final do mês de marçosobre o litoral leste de América do Sul e a frente fria associada a este sistema se deslocou pelo sul do país e chegou ao Rio de Janeirono início do mês de Abril.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais emitiu um alerta de chuvas moderadas para este final de semana no Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas devem agravar a situação das famílias em isolamento nas construções condenadas.

Situação Pós-Frontal

Após a passagem de frentes frias a temperatura tende a cair devido a entrada da massa de ar polar. A mínima temperatura geralmente ocorre 48h após a passagem do sistema frontal. Além do frio, a situação pós-frontal inclui uma diminuição de nebulosidade devido a entrada de um sistema de alta pressão que inibi a formação de nuvens e uma diminuição da umidade relativa do ar. O ar mais fresco e seco na situação pós-frontal pode ser propício para a disseminação do vírus Covid-19, pois auxilia no deslocamento do vírus mantendo-os intactos ao viajarem no ar.

Tendência do Tempo no Final de Semana

Neste sábado (04), a passagem da frente fria deve aumentar a nebulosidade no litoral e centro-norte do estado do Rio de Janeiro, as temperaturas devem cair, ventos fortes com mar agitado devem ocorrer no litoral. O dia deve ser instável com chuvas isoladas de intensidade fraca e moderada. No domingo, a nebulosidade deve diminuir em todo o Estado e a massa de ar polar que se desloca atrás do sistema frontal deve baixar ainda mais as temperaturas. A frente fria deve se deslocar pelo Espírito Santo durante o sábado causando chuvas moderadas e deve afetar também o sul da Bahia no domingo.