Chuva de meteoros Perseidas iluminará o céu brasileiro nesta terça: confira onde e quando assistir ao fenômeno

Na madrugada desta terça, o céu brasileiro será palco da intensa chuva de meteoros Perseidas, oferecendo um espetáculo luminoso raro e visível em quase todas as regiões do país.

Perseidas cruzam o céu no período de máxima atividade entre 12 e 13 de agosto.
Perseidas cruzam o céu no período de máxima atividade entre 12 e 13 de agosto. Foto: Adobe Stock

A chuva de meteoros Perseidas, considerada uma das mais belas do calendário astronômico, atinge seu ponto máximo entre a noite desta segunda-feira (12) e a madrugada de terça-feira (13). O fenômeno, visível todos os anos entre 17 de julho e 23 de agosto, poderá ser observado em praticamente todo o Brasil — com maior facilidade nas regiões Norte e Nordeste —, mas a Lua quase cheia poderá limitar a visibilidade aos meteoros mais brilhantes.

O espetáculo acontece quando a Terra cruza uma região repleta de detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. Ao entrar na atmosfera terrestre a altíssima velocidade, essas partículas se incendeiam, formando rastros luminosos que cortam a escuridão.

Segundo o astrônomo Dr. Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss e parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI), “não há um horário exato para o pico. No Brasil, o melhor período de observação será a partir das 3h, variando conforme a localização”. Ele explica que, quanto mais ao Sul, mais tarde a constelação de Perseu surge no horizonte, mas a forte iluminação lunar — cerca de 84% — vai dificultar a visualização, principalmente dos meteoros menos intensos.

O que esperar e como se preparar para assistir

Em condições ideais, no hemisfério norte é possível ver 50 a 75 meteoros por hora. No hemisfério sul, o número é menor, mas ainda assim suficiente para encantar. No Brasil, as melhores condições se concentram nas regiões de menor poluição luminosa, especialmente no Norte, onde o radiante — ponto aparente de onde os meteoros parecem surgir — estará melhor posicionado.

Para aproveitar ao máximo, recomenda-se:

  • Fugir das luzes artificiais: escolha um local afastado das cidades.

  • Dar tempo aos olhos: aguarde de 15 a 20 minutos para se adaptar à escuridão e evite usar telas nesse período.

  • Preparar-se para o frio e conforto: leve agasalhos, cobertores ou cadeiras reclináveis.

  • Olhar para o céu aberto: apesar de parecerem vir da constelação de Perseu, os meteoros podem cruzar qualquer área do céu.

História e importância científica

As Perseidas são um evento antigo e popular, especialmente no hemisfério norte, onde coincidem com o verão e noites mais agradáveis. Seu nome vem da constelação de Perseu, onde está localizado o radiante. A fonte, no entanto, não é a constelação, mas sim o cometa Swift-Tuttle, descoberto por Lewis Swift e Horace Tuttle em 1862.

A última passagem próxima do cometa ocorreu em 1992, invisível a olho nu. A próxima, prevista para 2126, deverá ser bem mais marcante. Durante sua órbita, ele deixa um rastro de poeira e pequenos fragmentos — os meteoroides — que, ao encontrar a Terra, geram o espetáculo luminoso.

Além de encantar observadores, o estudo de chuvas de meteoros permite compreender melhor a quantidade e composição de detritos que atingem o planeta. Essas informações ajudam na proteção de satélites e sondas espaciais, além de contribuir para pesquisas sobre a formação do Sistema Solar.

Um convite para pausar e contemplar

Em um mundo marcado por pressa e excesso de estímulos, dedicar alguns minutos para olhar o céu e acompanhar uma chuva de meteoros é um exercício de desaceleração. Entre rastros luminosos e o silêncio da madrugada, é possível sentir-se parte de algo maior.

Seja com amigos, familiares ou em grupos de astronomia, a observação das Perseidas une curiosidade científica e encanto visual. Este ano, mesmo com a Lua ofuscando parte do espetáculo, o fenômeno ainda guarda potencial para momentos únicos — basta paciência, um bom local e olhos atentos para o céu.

Referências da notícia

BNews. Chuva de meteoros Perseidas tem pico nesta terça: veja onde e como assistir. 11 de agosto, 2025.

Observatório Nacional. Chuva de meteoros Perseidas atinge máxima atividade entre 12 e 13 de agosto. 8 de agosto, 2025.