Brasileiro descobre o maior cometa que está vindo em direção à Terra

Um cometa de 150 km de diâmetro apelidado de Bernardinelli-Bernstein viaja em direção à Terra. Há motivos reais para pânico por se tratar do maior cometa já descoberto pelos cientistas?

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Bernardinelli-Bernstein: no momento, o cometa de 150 quilômetros de largura está localizado na nuvem de Oort. (Noirlab/NSF/Aura/J. da Silva/BBC/Divulgação)

Imagina uma distância que percorre entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio, aproximadamente 150 km, esse é o diâmetro do cometa descoberto mais recentemente por cientistas. O tamanho impressiona, mas assusta quando se trata de um corpo celeste vindo em direção à Terra, não é mesmo?

O cometa é o maior registrado na história e foi considerado em torno de mil vezes mais maciço do que os outros já descobertos. Além disso, em tamanho, é cerca de 31 vezes maior do que os cometas que geralmente são vistos por astrônomos.

Para se ter uma ideia do seu tamanho, os 4.743 cometas conhecidos pela NASA possuem cerca de três a cinco km de diâmetro, este tem 150.

O corpo celeste recebeu o nome de Bernardinelli-Bernstein em homenagem ao estudante Pedro Bernardinelli, PhD em física e astronomia na Universidade da Pensilvânia e formado pela Universidade de São Paulo (USP), e Gary Bernstein, orientador e parceiro de pesquisa do brasileiro.

A descoberta

Não é a primeira vez que este cometa é estudado, entre os astrônomos ele já era conhecido há alguns anos. O cometa foi detectado pela primeira vez em 2014 e foi até confundido com um planeta anão devido seu tamanho.

Mas foi só agora que Bernardinelli-Bernstein foi realmente identificado e desde então vem sendo acompanhado. A expectativa dos especialistas é que o cometa possa ser observado mais de perto para que se tenha mais informações do sistema solar.

Vale ressaltar que este mesmo cometa já deu uma volta por nosso sistema solar, mas isso aconteceu há 3,5 milhões de anos segundo os estudos, a uma distância aproximada da mesma que fica Netuno da Terra. Os astrofísicos que deram nome ao cometa estimam que ele demore cerca de milhões de anos para dar mais um giro completo em torno do Sol.

Desta vez, o cometa está mais perto do que nunca, embora esteja a uma distância suficiente para que os humanos não consigam avistá-lo sem um telescópio.

Risco de colisão com a Terra

O brasileiro Pedro Bernardinelli disse que não há motivos para pânico uma vez que o cometa não vai colidir com o nosso planeta, aliás, vai demorar 10 anos para que o corpo celeste atinja o ponto mais próximo à Terra.

O cometa estará mais próximo ao Sol somente em 2031, mas é provável que para avistá-lo seja necessário o uso de um telescópio.

Nuvem de Oort

Os especialistas relatam a importância dos estudos de cometas. É algo crucial dentro da ciência para a compreensão sobre a história do sistema solar desde seu início, entender seu desenvolvimento até os tempos atuais.

Uma vez que astrofísicos conseguem mais informações do sistema solar, mais é possível revelar sobre a misteriosa Nuvem de Oort, região onde o cometa Bernardinelli-Bernstein está localizado no momento.

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Nuvem de Oort e sua imensidão de cometas

A Nuvem de Oort foi detectada como uma grande concentração de cometas, onde especialistas acreditam que exite no limite do sistema solar. Sua existência foi registrada em 1932 pelo astrônomo Ernst Opik que propôs que os cometas irregulares vinham de uma extensa nuvem de material nas fronteiras do sistema solar.