Semana quente e alerta de tempestades no Sudeste e Centro-Oeste. As chuvas mais intensas ocorrem no fim da semana

O comecinho de janeiro de 2024 foi marcado pela formação da primeira ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) do ano, sistema que gerou muita umidade e chuvas expressivas em diferentes regiões do Brasil, inclusive no Sudeste e no Centro-Oeste. Estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e o Distrito Federal e Mato Grosso, foram os mais atingidos pelos altos volumes de precipitação.

A ZCAS perdeu força com o afastamento da frente fria com relação à costa brasileira, porém, a chuva ainda não deu trégua e promete continuar nos próximos dias devido à combinação entre calor e umidade gerada ainda pelo sistema afastado e a formação de instabilidades em altos níveis da atmosfera.

Apesar de grande parte da umidade estar concentrada sobre o centro-norte do Brasil sob resquícios da última frente fria e da ZCAS, o tempo já começou a mudar neste comecinho da semana com uma umidade sendo direcionada novamente para a região Sul devido a chegada de uma nova frente fria. Vale ressaltar que o sistema vai avançar de forma muita lenta pela região e, com isso, a sua pré-frontal é que será destaque nos próximos dias ao gerar calor e umidade em estados do Sudeste e do Centro-Oeste.

Pré-frontal vai aumentar o calor e gerar temporais

Com o lento avanço de uma nova frente fria pelo Sul do Brasil ao longo da semana, a previsão é de aumento do calor sobre áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, algo que será suficiente para desenvolver nuvens carregadas ao encontrar a umidade ainda presente no Brasil Central.

Até meados da semana, a previsão é de chuvas rápidas e intercaladas com períodos de melhoria, ou seja, janelas com maior predomínio de céu claro e ensolarado, o que garante a elevação das temperaturas que quando ficam bem mais elevadas que o normal, servem como combustível para os temporais de fim de tarde, algo característico da primavera e verão.

Até a noite da quarta-feira (10) são esperados maiores acumulados de chuva sobre os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e também no Distrito Federal.

Mais de 60 milímetros podem ser registrados na faixa que vai do leste mineiro ao noroeste mato-grossense, não se descartando o potencial para transtornos relacionados a alagamentos e possíveis deslizamentos de terra. Vale lembrar que essa chuva até meados da semana estará sob efeitos dos resquícios ainda da frente fria afastada puxando o corredor de umidade.

Chuva volta a ganhar força em São Paulo e Mato Grosso do Sul

Até meados da semana a previsão é de chuvas mais concentradas na porção norte das duas regiões, tanto Sudeste quanto Centro-Oeste por conta do corredor de umidade, o que deixa os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul com menor chance de chuvas organizadas, ou seja, até pode chover na terça-feira (09) e na quarta-feira (10) nos dois estados, mas isso de maneira rápida, irregular e sem altos acumulados, o que mudará a partir da quinta-feira (11).

Já ressaltamos no começo deste artigo o lento avanço de uma frente fria pela região Sul do Brasil, algo que vai começar a mudar a partir da quinta-feira, em que um centro de baixa pressão atmosférica vai se desprender e se alocar na costa do estado de São Paulo, aumentando assim, as chances de chuvas mais espalhadas, mais volumosas e mais fortes também.

Como a temperatura vai subir bastante sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste até esta nova frente fria chegar, a tendência é de temporais com vendaval, trovoadas, descargas elétricas e até queda de granizo, começando pelos estados paulista e sul-mato-grossense, onde existe o potencial para transtornos e prejuízos.

Até a quinta-feira (11) a noite já são esperadas pancadas de chuva sobre todo o estado de São Paulo e existe alertas inclusive para a Região Metropolitana de São Paulo com volumes que podem passar dos 20 milímetros. Na sexta-feira (12) e também no final de semana, essa chuva vai persistir gerando maiores acumulados e potencial para transtornos.

Volume total de chuva previsto pelo modelo europeu ECMWF até a manhã de domingo (14) é de 80 milímetros no leste paulista, enquanto que em partes de Goiás e de Mato Grosso, o volume total até o fim de semana pode ser superior aos 100 milímetros.