Chemtrails e as teorias da conspiração na meteorologia

Na sociedade da informação, os mitos estão na ordem do dia e não faltam aqueles relacionados à meteorologia, como os famosos chemtrails ou os mitos sobre as mudanças climáticas.

chemtrails
Céu nublado por trilhas de condensação.

Vivemos na sociedade da informação, “todos” interligados, com acesso imediato a uma quantidade gigantesca de notícias e dados de todos os tipos. O que deve ser visto, sem dúvida, como uma grande conquista de nossa sociedade tecnológica moderna. Neste infinito disponível, a partir de qualquer dispositivo eletrônico ligado à Internet ou através dos meios tradicionais (imprensa escrita, rádio e televisão), as informações relacionadas com o tempo e o clima ocupam um lugar preferencial.

O produto estrela são as previsões meteorológicas (em qualquer formato que possamos imaginar), mas diariamente não faltam notícias que tratam das mais diversas questões relacionadas ao ambiente atmosférico. A mudança climática – sob qualquer de seus nomes – ocupa um espaço cada vez maior, compartilhado com outras informações mais puramente meteorológicas.

Apesar de a Meteorologia ter atingido a maturidade como disciplina científica há muito tempo e se basear em bases sólidas, circulam com demasiada frequência mitos – em modo loop – que chegam a atingir milhões de pessoas graças ao sensacionalismo praticado por muitos meios de desinformação, como deveriam ser chamados.

Vamos focar este pequeno artigo em dois desses mitos, que certamente serão muito familiares para você. O primeiro deles é o dos famosos chemtrails, o segundo sobre os cinco mitos das mudanças climáticas.

Os chemtrails ou trilhas químicas

A questão dos chemtrails ou trilhas químicas tornou-se global. Há muitos anos existem pessoas determinadas a difundir a ideia absurda de que os rastros de condensação que vemos às vezes deixados pelos aviões que passam pelo céu, e que perduram no tempo, são na verdade fumigações de produtos químicos prejudiciais à saúde das pessoas. Essa teoria da conspiração tem – como muitas outras – o único objetivo de incutir medo na população. Quanto mais pessoas duvidarem de conhecer os argumentos daqueles que estão determinados a "fumigar" esse medo, melhor.

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Um céu como este, cheio de trilhas de condensação, é o cenário perfeito para colocar em circulação a teoria da conspiração chemtrail.

A ciência meteorológica dissipa qualquer dúvida sobre isso. O mecanismo físico que resulta nos rastros de condensação das aeronaves é bem conhecido: uma mudança de estado do vapor d'água, que se transforma diretamente em cristais de gelo. São as condições de umidade e temperatura no nível de voo das aeronaves mencionadas que ditam que os rastros se dissipem rapidamente ou permaneçam desenhados no céu como linhas de giz, ampliando-se com o tempo.

Para dizer algo dessas linhas para os "amigos dos chemtrails": ao observar o ar que eles exalam ao respirar, principalmente em dias frios e úmidos, eles não vão gerar um "chembafo" e ter um problema.

Cinco mitos sobre as mudanças climáticas

No ano de 2019, o Centro de Pesquisa Jornalística (CIPER) apresentou uma coluna interessante sobre os cinco mitos das mudanças climáticas. Embora sua origem seja do pesquisador inglês Mark Maslin, é totalmente aplicável ao que está acontecendo no Brasil e em todo o mundo.

Mudança climática é natural

De todas as informações disponíveis com a nova tecnologia, as drásticas mudanças atmosféricas não podem ser consideradas "naturais" por serem excepcionais e extremas desde a Revolução Industrial.

Durante os últimos 150 anos, mais de 98% da superfície da Terra experimentou um aumento significativo na temperatura. Algo que nunca havia sido registrado nos últimos dois mil anos.

As manchas solares são as culpadas

Com a quantidade de energia emitida pelo Sol, suas manchas podem modificar o clima do nosso planeta. No entanto, os dados de satélite mostram que nenhuma tendência ascendente é observada. Por causa disso, as manchas solares não são as culpadas pelas mudanças climáticas.

Há pouco dióxido de carbono na atmosfera

Eunice Newton Foote, uma cientista americana, demonstrou em 1856 que um cilindro de dióxido de carbono, exposto à luz, é capaz de reter mais calor por mais tempo.

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Por menor que seja a quantidade de dióxido de carbono, suas características geram um aumento na temperatura global.

Isso, comparado a um cilindro cheio de ar normal. Ao longo do tempo, o experimento foi repetido, obtendo-se sempre o mesmo resultado.

Manipulação de dados

Muitas pessoas pensam que os cientistas "achatam" as informações. Mas para que isso seja possível, é preciso que milhares de pessoas dedicadas à investigação, de mais de cem países, concordem em mentir e realizar uma conspiração dessas dimensões. Além disso, dados climáticos, tanto atmosféricos quanto oceânicos, estão sendo constantemente validados para previsão.

Desconfiança dos modelos climáticos

Com isso, não apenas as informações climáticas são subestimadas, mas também as pessoas mais inteligentes do mundo que, dia a dia, colocam seu trabalho a serviço da sociedade. Estamos falando de cientistas que programam e calibram modelos numéricos para que você tenha todas as informações na palma da mão.