Bebê prematuro quebra recordes e expõe crise de saúde nos EUA

Curtis Means quebrou recorde de bebê mais prematuro do mundo a sobreviver por mais de um ano. Casos como esse, no entanto, estão aumentando nos EUA e revelam um problema preocupante que pode estar relacionado às mudanças climáticas.

Bebê prematuro quebra recordes e expõe crise de saúde nos EUA
Curtis Means quebrou o recorde de bebê mais prematuro a sobreviver por um ano. Casos como esse estão aumentando nos EUA, em parte devido ao clima. (imagem: Andrea Mabry/UAB University Relations)

Michelle Butler estava grávida de gêmeos há apenas 21 semanas quando sentiu contrações e foi levada para o hospital. Em 5 de julho de 2020, por volta das 13h, os bebês C’Asya Zy-Nell e Curtis Zy-Keith Means nasceram prematuramente. Michelle foi informada de que as crianças, que pesavam menos de 1 quilo, não sobreviveriam.

C’Asya morreu em menos de 24 horas. Michelle teve a oportunidade de segurá-la nos braços e dizer que a amava. Curtis, no entanto, se manteve firme. Gradualmente, sua respiração e frequência cardíaca melhoraram. A resistência do bebê chocou enfermeiras e médicos de longa data da Universidade do Alabama, em Birmingham.

A verdade é que nenhum bebê jamais sobreviveu com esta idade - Dr. Brian Sims, neonatologista

Após 275 dias na unidade de terapia intensiva neonatal, Curtis recebeu alta e foi nomeado pelo Guinness World Records como o bebê mais prematuro do mundo a sobreviver até seu primeiro aniversário. Ele está agora com 16 meses.

O nascimento problemático de Curtis reflete uma situação preocupante: Nos Estados Unidos, a taxa de nascimentos prematuros tem se mantido consistentemente alta, em torno de 10%. Isso significa que a cada 10 crianças, uma não passará pela gestação completa. O valor é ainda mais alto em alguns estados como o Alabama.

Uma miríade de fatores pode estar contribuindo com os partos prematuros, incluindo a idade e renda da mãe, sua saúde e seu acesso a cuidados pré-natais e métodos contraceptivos. Mas além disso tudo, as mudanças climáticas também podem estar agravando o problema.

Como as mudanças climáticas estão influenciando a saúde dos fetos

De acordo com um estudo de 2020 que examinou mais de 32 milhões de nascimentos nos Estados Unidos, mulheres grávidas expostas a altas temperaturas ou poluição do ar tinham maior probabilidade de ter filhos prematuros, abaixo do peso ou natimortos.

Ainda é muito cedo para concluir relações, mas as evidências são convincentes: Incêndios florestais e ondas de calor também estão sendo amplamente associados a nascimentos prematuros, enquanto, por outro lado, o número de prematuros caiu pelo menos 20% em áreas onde as fábricas de combustível fóssil fecharam.

Não está claro porque Michelle Butler entrou em trabalho de parto prematuro. Ela teve acesso a cuidados neonatais e visitou médicos regularmente, o que indica que fatores externos podem ter desempenhado um papel importante no seu quadro clínico.

O bebê Curtis ainda depende de um tubo de alimentação e um respirador. Ele precisará de terapia da fala e fisioterapia, mas os médicos estão satisfeitos com seu progresso e acreditam que, apesar das dificuldades, o bebê será capaz de se recuperar.