Telescópio James Webb captura imagens do “anel de Einstein”

O Telescópio Espacial James Webb da NASA já revelou diversas imagens impressionantes e já provou que é bom no que faz. O novo feito do equipamento foi registrar imagens perfeitas do “anel de Einstein”.

O anel é composto por um halo de luz impressionante, resultado da luz de uma galáxia distante que passa pelo espaço-tempo de forma distorcida em torno de uma outra galáxia alinhada entre a fonte de luz distante e o nosso planeta Terra.

Parece bastante complexo não é mesmo? E é, mas ainda assim, a nova imagem criada por um entusiasta da astronomia do Reddit, é um dos melhores exemplos do fenômeno chamado “anel de Einstein” já capturado até então.

Conheça o Anel de Einstein

O halo de luz capturado na nova imagem do James Webb vem da galáxia distante SPT-S J0418, que fica a cerca de 12 bilhões de anos-luz da Terra, sendo uma das mais antigas do universo.

Tal galáxia está orientada diretamente atrás de outra galáxia, sendo a luz azul brilhante no centro do anel, sendo tão massiva que sua atração gravitacional consegue distorcer o espaço-tempo ao seu redor. O que se sabe é que à medida que a luz de J0418 atinge a galáxia em primeiro plano, ela acaba viajando através desse espaço-tempo deformadamente.

Esse efeito de curvatura é semelhante ao que as lentes de vidro fazem ao redirecionarem a luz, como as lupas, ou seja, a luz de galáxias distantes até parecem estar muito mais próximas do que realmente estão. A diferença, entretanto, é que a lente é feita de espaço-tempo mutilado pela gravidade em vez de vidro.

O resultado impressionante é um efeito apelidado por pesquisadores como trippy de lentes gravitacionais. Aliás, Albert Einstein previou tais lentes gravitacionais pela primeira vez em 1912 ao desenvolver sua teoria da relatividade, por isso o nome “anel de Einstein”.

A nova imagem do anel JOS18 Einstein foi publicada em 23 de agosto no subreddit r/Astronomy por um usuário do Reddit e estudante de graduação em astronomia “Spaceguy44”. O astrônomo em anonimato criou a foto utilizando dados disponíveis publicamente coletados pelo Mid-Infrared Instrument (MIRI) no Telescópio Espacial James Webb.

Descoberta realizada

Segundo o astrônomo anônimo “Spaceguy44” não seria possível ver a galáxia J0418 se não fosse por essas propriedades de curvatura da luz gravitacional. E completou que “sem o efeito de lente, a galáxia provavelmente se pareceria com as galáxias mais distantes: uma pequena bolha de luz”.

Não foi a primeira vez que conseguimos ver imagens da galáxia J0418, no entanto, vale ressaltar, que de longe, foi a vez mais detalhada até o momento através do James Webb.

A galáxia distante foi descoberta recentemente, em 2020, quando pesquisadores a descobriram depois de detectar lentes gravitacionais parciais com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) no Chile. Os cientistas relataram tal feito em um artigo que foi publicado naquele mesmo ano na Revista Nature.

No dia 13 de agosto, uma imagem do J0418 foi divulgada por “Spaceguy44”, mas a foto inicial tinha uma resolução muito menor e por isso, o halo de luz era menos visível segundo o ScienceAlert.

Anteriormente ao James Webb, o Hubble da NASA já havia capturado imagens de vários outros “anéis de Einstein”, porém, nenhum desses anéis era tão completo ou tão claramente visível quanto ao da nova imagem.

Anéis de Einstein

Tais halos de luz são perfeitamente circulares e extremamente raros, pois exigem que a galáxia distante e em primeiro plano esteja perfeitamente alinhada com o observador. Entretanto, sensores mais avançados tecnologicamente do James Webb poderão facilitar a identificação dos anéis no futuro.

A foto divulgada pelo anônimo é somente um exemplo mais recente de uma visão de alta definição do cosmos que o Webb é capaz de fornecer aos pesquisadores e público em geral.

Outras imagens impressionantes capturadas pelo telescópio espacial foram divulgadas como a imagem infravermelha de Júpiter, a visão fascinante da Galáxia Cartwheel, a mais profunda imagem do universo já tirada, além de muitas outras que entraram para a história da ciência.