Solução tecnológica: drones são usados para o reflorestamento de áreas desmatadas em Kosovo

Ambientalistas de Kosovo estão utilizando drones para lançar bolas contendo sementes em várias regiões do país europeu, como forma de reflorestar áreas desmatadas. Saiba mais aqui.

drone lançando sementes em Kosovo
Um drone lança sementes sobre uma área florestal na vila de Butovc, em Pristina, Kosovo, em 13 de maio deste ano. Crédito: Valdrin Xhemaj/Reuters.

O desmatamento é uma questão de ordem mundial. Segundo um relatório divulgado pela plataforma Global Forest Watch (GFW) do World Resources Institute (WRI), a perda total global de florestas tropicais primárias em 2023 totalizou 3,7 milhões de hectares, o equivalente a perder quase 10 campos de futebol de floresta por minuto.

A perda global total de florestas tropicais em 2023 gerou 2,4 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, número equivalente a quase metade das emissões anuais de combustíveis fósseis dos Estados Unidos.

E isso não é um problema de hoje. Há tempos que o desmatamento desenfreado vem prejudicando vários países. E Kosovo, um pequeno país europeu ao sul da Sérvia, encontrou uma solução tecnológica para ajudar no reflorestamento de áreas queimadas: o uso de drones para lançar sementes ao solo. Veja mais informações aqui conosco.

Drones como uma ajuda ambiental

Segundo a ONG Sustainability Leadership Kosova (SLK), Kosovo perde mais de 700 hectares de floresta anualmente. A ideia de usar drones para o reflorestamento de áreas desmatadas surgiu de ambientalistas da SLK juntamente com a empresa croata Project O2, que afirmam que este é um processo cinco vezes mais rápido do que o plantio humano e atinge áreas remotas mais rapidamente.

Indira Kartallozi, fundadora da SLK, clama: “Precisamos fazer algo agora, nossas florestas estão sendo destruídas”.

Pristina, capital de Kosovo, perde milhares de hectares todos os anos devido à exploração madeireira ilegal e aos incêndios florestais, e isso está colocando em perigo animais selvagens como ursos pardos e linces.

O procedimento é simples: os equipamentos sobrevoam as áreas queimadas e com exploração ilegal de madeira, carregando consigo cerca de 100 bolas, feitas com uma mistura de argila, areia e outros ingredientes, que guardam sementes de pinheiros e de tílias. Essa ‘cápsula’ protege as sementes de insetos e roedores.

Cada drone carrega de 2 mil a 5 mil bolas, dependendo do tipo de semente, e é capaz de ‘semear’ um hectare inteiro em apenas 2 horas. Cerca de 25-30% das sementes germinam, então são plantadas três vezes mais do que o necessário.

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Drone lançando sementes sobre uma área florestal na vila de Butovc, em Pristina, Kosovo, em 13 de maio deste ano. Crédito: Valdrin Xhemaj/Reuters.

“O benefício desta tecnologia é que podemos plantar em áreas remotas, especialmente em áreas onde ocorreram desastres como incêndios ou inundações, onde até os bombeiros têm dificuldade em chegar ao terreno. É aqui que temos uma vantagem para podermos plantar em qualquer terreno, mas principalmente naqueles que não são acessíveis às mãos humanas”, disse Lara Vukasovic, especialista em desenvolvimento sustentável da Project O2.

Inclusive, a técnica vem sendo utilizada em outros países também, como os Estados Unidos e a África, para combater o rápido desmatamento. No Brasil, a tecnologia está em testes nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, sendo que neste último algumas sementes já foram lançadas no início do ano no litoral de São Sebastião.

Referência da notícia:

Reuters. “Seed-dropping drones seek to halt Kosovo's deforestation”. 2024.