Mpox chega a SP, vírus responsável por surto na África está no Brasil; entenda a doença e como se prevenir

A Mpox é uma doença zoonótica viral causada pelo mpox vírus (MPXV), em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com uma pessoa infectada pelo vírus (contato com lesões na pele, fluidos corporais, sangue ou mucosas de pessoas infectadas), com materiais contaminados com o vírus (esparadrapos, etc.) ou com animais silvestres (roedores) infectados.

Este vírus tem sido responsável por um grande surto na República Democrática do Congo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência de saúde pública de importância internacional, seu mais alto nível de alerta, em agosto do ano passado.

O caso de Mpox no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou na noite da última sexta-feira (7) o primeiro caso da nova cepa mais letal do vírus da Mpox, chamada de Clado 1b, no Brasil.

A paciente com essa cepa é uma mulher de 29 anos que mora na região metropolitana de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, ela informou que manteve contato com familiar da República Democrática do Congo, país onde a cepa circula endemicamente, e os sintomas se iniciaram em 16 de fevereiro.

A mulher está tendo uma boa evolução, passa bem e deve ter alta na semana que vem. "A paciente está internada em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, apresentando boa evolução do quadro clínico", informou a secretaria.

A preocupação é que essa nova cepa do vírus não é a mesma do surto mundial de 2022, que era mais branda, a Clado 2b. Agora, esta cepa Clado 1b costuma ter uma letalidade até 10 vezes maior que a Clado 2b. Tradicionalmente, o Clado 2 tem uma taxa de letalidade de cerca de 1%, ou seja, 1 pessoa morre a cada 100 casos. Já a Clado 1 tem uma letalidade de aproximadamente 10%, ou seja, 10 vezes mais grave. E a Clado 1 é a que se dissemina agora.

Neste ano, até esta terça-feira (11), foram 107 casos confirmados e 134 suspeitos do Mpox no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.

Sintomas e como se prevenir

Segundo o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas, em geral, incluem:

• Erupções cutâneas ou lesões de pele;

• Linfonodos inchados (ínguas);

• Febre;

• Dor de cabeça;

• Dores no corpo;

• Calafrios;

• Fraqueza;

Como prevenção, aconselha-se evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença; mas no caso de necessidade de contato, usar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Não compartilhar objetos e material de uso pessoal de pessoas com suspeita ou confirmação da doença.

Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada. Lave as roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa infectada com água morna e detergente. Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.

Até o momento, não se dispõe de medicamento aprovado especificamente para o tratamento da Mpox. Em relação à vacina, aqui no Brasil a estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença.

Se você suspeitar da doença, apresentando sintomas compatíveis de Mpox, você deve procurar uma unidade básica de saúde imediatamente.

Referências da notícia

Mpox: SP confirma primeiro caso brasileiro de nova cepa responsável por surto na África. 07 de março, 2025. Mariana Rosário.

Mpox: tudo o que se sabe sobre a nova cepa mais letal que foi identificada no Brasil. 10 de março, 2025. Bernardo Yoneshigue.