Desvendada a formação das misteriosas dunas na lua de Júpiter, lo

Em um novo artigo publicado na revista Nature Communications, Io, a lua de Júpiter, e as suas misteriosas e evidentes cristas serpenteadas foram analisadas. Saiba mais aqui!

Io, lua de Júpiter
Há algum tempo que os cientistas conhecem estruturas semelhantes a dunas na lua vulcanicamente ativa de Júpiter: Io.

Estas cristas são de imenso interesse para os geólogos planetários, visto que as dunas de areia ocorrem quando a areia é empilhada pelo vento, no entanto, a atmosfera de baixa densidade de Io significa que quaisquer vento seria demasiado fraco para produzir dunas.

"O nossos resultados apontam para a possibilidade de Io como um novo 'mundo dunar'", disse o primeiro autor deste estudo, George McDonald, pesquisador de pós-doutoramento no Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Rutgers, New Brunswick. "Propusemos e testamos quantitativamente um mecanismo pelo qual os grãos de areia conseguem movimentar-se, e, por sua vez, as dunas podem formar-se ali".

Os cientistas utilizaram imagens da nave espacial Galileu da NASA, que orbitou Júpiter de 1989 a 2003. Os seus dados ajudaram a produzir os primeiros mapas detalhados das luas de Júpiter.

O mecanismo

"Os desafios na interpretação das estruturas das cristas em Io foram compreender como o vento pode ser criado e como a areia se pode movimentar onde quase não existe atmosfera", disse Ryan Ewing, um dos autores do estudo e pesquisador no Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de A&M do Texas.

O mecanismo de "lava-frost" proposto por esta equipa de investigação provém do conhecimento dos investigadores de que Io é o corpo mais vulcanicamente ativo do nosso Sistema Solar.

Através da modelagem matemática e da sua compreensão da física dos sedimentos, a equipe mostrou que a interação dos fluxos de lava de Io e a generalizada cobertura de gelo de dióxido de enxofre da sua superfície, pode criar um vapor suficientemente denso para permitir o transporte de grãos e a formação das características semelhantes às dunas observadas a partir de imagens tiradas durante os 14 anos da Missão Galileu da NASA.

"Estou certo de que tentarei explicar as observações de padrões semelhantes a dunas destes mundos à medida que os novos dados chegarem", disse Ewing sobre as próximas missões da NASA, uma delas a Titã - lua de Saturno -, e outra delas a Vénus, planeadas para o desenrolar das próximas décadas.

Como o vento é praticamente ausente, os investigadores concluíram que há outro mecanismo em Io que facilita o aparecimento de dunas, por toda a superfície.

A pesquisa realizada por esta equipe sobre Io vai ajudar a explicar a formação destas características que estão presentes em quase toda a parte do nosso Sistema Solar.