1º de Agosto: campanha Agosto Dourado alerta sobre os desafios da amamentação no Brasil
A campanha Agosto Dourado promove a amamentação como prática essencial para a saúde de mães e bebês, destacando também seus impactos positivos na economia e no meio ambiente.

Agosto, conhecido como o mês dourado, carrega uma mensagem poderosa: promover o aleitamento materno como base para a saúde de bebês e mães. Desde 2017, o Brasil está inserido no movimento mundial que dedica atenção especial ao ato de amamentar.
A cor dourada foi escolhida para simbolizar o “padrão ouro” da alimentação infantil, expressão adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar o valor inestimável do leite materno nos primeiros anos de vida.
Rico em nutrientes e anticorpos naturais, o leite humano fortalece o sistema imunológico e estimula o desenvolvimento emocional, físico e cognitivo dos recém-nascidos. No entanto, mais do que um alimento, ele representa conexão e cuidado. Não à toa, a campanha Agosto Dourado vai além da nutrição: busca ampliar o apoio à amamentação dentro de casa, em espaços públicos e nas políticas de saúde.
Semana mundial do aleitamento: união por ambientes acolhedores
Entre os dias 1º e 7 de agosto, ocorre a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), coordenada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno em parceria com UNICEF e OMS.
Para este ano, o tema escolhido retoma um eixo importante da campanha: “Amamentar é um ato ecológico”. A proposta visa ampliar a compreensão de que o aleitamento natural também é uma ação sustentável. Ao substituir fórmulas artificiais e seus resíduos, a amamentação reduz o impacto ambiental, economizando recursos como energia, água e embalagens plásticas.
Além disso, o chamado à ação vai além da mãe e do bebê. O foco está em fortalecer redes de apoio, envolvendo familiares, colegas de trabalho, empregadores e gestores públicos. A proposta é clara: amamentar é um ato pessoal, mas permitir que ele aconteça é um compromisso coletivo.
Benefícios comprovados para a saúde e a sociedade
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o aleitamento exclusivo até os seis meses e complementar até dois anos ou mais traz vantagens incontestáveis:
Para o bebê:
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Diminui riscos de infecções e doenças alérgicas.
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Estimula o desenvolvimento cerebral e motor.
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Reduz cólicas e melhora a digestão.
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Contribui para formação da fala e arcada dentária.
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Reduz a mortalidade infantil.
Para quem amamenta:
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Acelera a recuperação pós-parto.
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Auxilia na perda de peso.
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Diminui riscos de câncer de mama e ovário.
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Reduz chances de desenvolver osteoporose.
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Estimula o vínculo afetivo com o bebê.
Segundo relatório da OMS e UNICEF, amamentar nas primeiras horas de vida pode reduzir em até 22% o risco de morte neonatal e evitar cerca de 823 mil mortes de crianças com menos de cinco anos todos os anos. Além disso, o aumento global das taxas de aleitamento poderia gerar uma economia anual superior a 340 bilhões de dólares, devido à redução de gastos com saúde e ao aumento da produtividade.
“A amamentação é uma das intervenções de saúde pública com melhor relação custo-benefício e impacto mais amplo”, aponta o estudo conjunto das organizações.
Apesar dos avanços, ainda há barreiras importantes no caminho das mães que desejam amamentar. Muitas enfrentam jornadas de trabalho incompatíveis, falta de locais apropriados e julgamentos sociais.
Por isso, a mobilização em torno do Agosto Dourado busca também pressionar por mudanças estruturais. Licenças-maternidade adequadas, campanhas educativas permanentes e espaços de amamentação nos ambientes de trabalho são algumas das medidas consideradas essenciais.
Referências da notícia
Terra. Agosto Dourado: o mês da amamentação consciente e conectada. 1º de agosto, 2025.
UNICEF e OMS. Amamentação pode salvar vidas e gerar benefícios econômicos globais. 1º de agosto, 2023.