Ciclone e frente fria podem iniciar a mudança de padrão já na próxima semana; veja a tendência da previsão

Embora Julho esteja sendo um mês com pouquíssima chuva e uma tendência de aumento das temperaturas em boa parte do Brasil, este padrão pode começar a mudar na região Sul já na semana que vem.

O mês de Julho já está se mostrando bastante diferente de Junho. Atualmente estamos observando uma situação de pouquíssima chuva no Brasil - com volumes mais expressivos tendo sido registrados somente no Nordeste e no Norte do país.

Isso ocorre devido à parada no avanço de frentes frias, que deixou não só de trazer chuvas para o centro-sul do país, como também massas de ar frio - e a consequência disso é que estamos observando também um aumento gradual das temperaturas no país.

Mapa de acumulados totais de chuva registrados pelo INMET nos últimos 10 dias
Mapa de acumulados totais de chuva registrados pelo INMET nos últimos 10 dias ilustra que a maior parte do país não tem registrado chuvas significativas, exceto o Nordeste e o Norte.

Como reflexo dessa situação, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu avisos para grande parte da porção central do país, onde a umidade relativa pode atingir valores abaixo dos 20%, impulsionando incêndios florestais e agravando problemas de saúde.

No entanto, previsões começam a indicar que a situação pode mudar a partir da semana que vem.

Chuvas podem retornar já na semana que vem

Existem alguns sistemas que estão contribuindo para a manutenção desta situação. O mais expressivo, quando falamos do avanço de frentes frias, é a Oscilação Antártica (AAO), um fenômeno climático que está, atualmente, desfavorecendo a atuação de sistemas de precipitação no centro-sul do país.

Mapa de condição registrada e previsão da Oscilação Antártica.
Mapa de condição registrada (linha cheia preta) e previsão (linhas vermelhas e média em linha tracejada, à direita do mapa) da Oscilação Antártica para as próximas duas semanas.

Isso ocorre quando a AAO está em fase positiva; Percebe-se, no entanto, que existe uma tendência de que a AAO transite para valores negativos na segunda quinzena de Julho, como já havia sido previsto no mês passado.

Essa mudança da AAO se traduz numa entrada mais frequente e intensa de frentes frias no país, que pode voltar a acontecer na segunda quinzena de Julho e especialmente na última semana do mês, quebrando o padrão de tempo seco que estamos observando atualmente.

Entre o próximo domingo (13) e a segunda-feira (14), um cavado atuará sobre o rio Grande do Sul. O sistema já trará chuvas para o estado, porém sem representar de fato uma mudança no padrão climático.

Previsão de pressão, nebulosidade, ventos e chuva no início da segunda-feira.
Previsão de pressão, nebulosidade, ventos e chuva no início da segunda-feira mostra um cavado atuando sobre o Rio Grande do Sul, trazendo chuvas fracas a moderadas para o estado gaúcho.

Será entre os dias 16 e 17 de Julho que veremos uma mudança mais expressiva no padrão climático, com o avanço de uma frente fria mais significativa pelo país. O sistema deve atuar apenas na região Sul, trazendo acumulados de até 50 mm de chuva para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná.

Entre os dias 16 e 17 de Julho, um ciclone e sua frente fria associada devem avançar pela região Sul, causando chuvas de até 50 mm e uma queda expressiva das temperaturas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná.

Além disso, o sistema impulsionará uma queda expressiva das temperaturas nesta mesma região, que registrará mínimas potencialmente chegando perto dos 0°C e formando geadas no estado gaúcho e catarinense.

Ainda assim, as previsões indicam que essa frente fria não avançará pelo restante do país. Isso significa que o norte do Paraná e as regiões Sudeste e Centro-Oeste permanecerão com temperaturas mais altas e tempo bastante seco, sem previsão de chuvas significativas.

Caso um sistema frontal seja capaz de atuar de maneira mais abrangente pelo país, isso só acontecerá na última semana de Julho ou em Agosto, quando as previsões climáticas indicam que as chuvas podem retornar ao país com maior intensidade.